sábado, 7 de agosto de 2010

Violência tem nome

Há um fato deveras curioso que temos, insistentemente, chamado a atenção. Todos são amigos da paz: o desembargador, o gari, o motorista, a dona de casa, o general... Entretanto, o que assistimos é campear, mundo a fora, a mais brutal violência, mesmo quando contra ela, promovem-se procissões, caminhadas, revoadas de pombas brancas, cânticos e poemas. Indiferente a todas essas manifestações pela paz, a violência continua viva e crescente. São as guerras, o banditismo, a violência no transito, a violência doméstica, as patologias tipo: pedofilia, ou assassinatos em série.
Estamos convencidos de que as campanhas pela paz passam ao largo da verdadeira causa de tanta violência. Não vêem que, por trás desse fenômeno brutal, existe um sistema sócio-econômico, cujas características principais são: a gritante desigualdade, o desespero e os desajustes sociais que se transformam em anomalias. Um verdadeiro combate à violência, uma eficaz luta pela paz tem, para ser consequente, que atacar a sua raiz, e esta tem nome, chama-se capitalismo.
Esse sistema sócio-econômico, que outrora foi progressista e promissor de um futuro radiante, mergulhou em um processo de esgotamento e, nessa condição, tem feito avolumarem-se as incontáveis tragédias sociais enquanto coloca em risco a própria existência quando agride de forma desvairada o meio ambiente destruindo a fauna, a flora, os mares, os lagos, os rios e os ares, em síntese: destruindo vidas numa progressão geométrica.
Esse quadro tão tenebroso e tão adverso de violência não deve só nos assustar. É necessário que cada um de nós deixe de assistir a esse fenômeno pelas telas de TV e tome a iniciativa de participar, efetivamente, de ações de caráter anticapitalista para que possamos assegurar um mundo de justiça e paz, ou seja, um mundo que bem pode ser chamado de socialista. Não é inteligente buscar fugir da violência pela via única da proteção individual, pois essas soluções são ineficientes. A paz só poderá vir pelas mãos de todos.

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