sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A fome

Eis um problema mais antigo do que o próprio homem, pois dela padeciam os seus ancestrais. Outrora não havia condições materiais para resolver esse problema. Os atrasos científicos e tecnológicos não permitiam a sua solução. Com o advento do capitalismo e sua evolução para o imperialismo, deu-se um vertiginoso desenvolvimento das forças produtivas, e a fome deixou de ser um problema de ordem técnica para se tornar uma questão de caráter exclusivamente político, uma vez que hoje ela poderia ser abolida da face da terra num piscar de olhos. Isso não acontece em função de subsistir o sistema capitalista.
Existem, basicamente, duas maneiras de encarar esse problema. A primeira é a forma milenar com que as religiões o tratam. Ela se resume em buscar mitigar a dor dos famintos através de campanhas de caridade. Dizendo melhor: existe a política humanitária de buscar administrar a pobreza e a miséria procurando torná-las menos cruéis, administrando políticas assistencialistas.
A segunda corrente, os socialistas, ao invés de buscarem administrar essas mazelas, buscam erradicá-las atacando a causa e não se limitando a tratar dos efeitos. Vê-se que existe uma diferença substancial entre a primeira e a segunda corrente de pensamento.
É evidente que, “quem em fome tem pressa”. Aliás, o imperialismo, através de suas intuições, socorre as massas famélicas da África, da Ásia ou mesmo das Américas, com suas “ajudas humanitárias”.
Também registramos ações de pessoas que devotaram suas vidas em assistir os necessitados, como a Madre Tereza, de Calcutá e a irmão Dulce, da Bahia, tão reverenciadas pelo capitalismo. Outros, pela via da caridade lograram um lugar vitalício no reino dos céus. Entretanto, nem a fome, nem a sua causa presente, o capitalismo experimentaram qualquer tipo de recuo à conclusão de que não basta combater os efeitos, e sim, dispensar atenção à sua causa. Aí está colocada nossa posição me relação ao problema sem, contudo, desconhecer a evidencia de que “quem tem fome tem pressa.”

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