terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gritante contradição

Voltamos a um discurso que temos feito com insistência. O capitalismo, como sistema socioeconômico, chegou ao auge e se exauriu. Sua sobrevivência tem alto custo social. É a miséria crescente, a violência, a destruição desmedida da natureza e outras tantas aberrações sociais, frutos dos desajustes provocados por um sistema em estado de exaustão.
Desde que o capitalismo chegou à sua fase imperialista, criaram-se as condições objetivas para o advento de uma nova ordem econômica e social, no caso, o socialismo. Em função disso, travou-se uma luta política entre o discurso conservador do capitalismo e o discurso revolucionário do socialismo. Essa luta terminou por conferir ao imperialismo uma grande vitória e, por conseguinte, submeter o socialismo a uma grave derrota, da qual, ainda hoje, não pode se refazer.
A vigência do imperialismo levou o mundo a assistir a duas grandes guerras mundiais, a ascensão nefasta do nazi-fascismo, o massacre de Hiroshima e Nagasaki, a África reduzida a um continente de miséria, e tantas outras tragédias.
A vitória política do imperialismo produziu seu maior crime: produziu esse fenômeno histórico chamado stalinismo que teve o papel de reduzir o socialismo científico a um conjunto de dogmas e sob a bandeira do “marxismo-leninismo”, empreendeu grandes horrores, como: o terror vermelho na URSS, os desmandos maoístas na China, o genocídio no Cambodja e, crime maior, o sepultamento, quase completo, da teoria revolucionária transformando-a em credo desfigurado e imprestável, para responder as necessidades históricas que se impõem.
A gritante contradição histórica é que, enquanto o capitalismo “estoura pelas costuras” com suas incontáveis crises econômicas e sociais, também, vergonhosamente, desfruta de uma hegemonia nunca dantes imaginada.
Não existe nenhum movimento anticapitalista que mereça alusão. Enquanto isso, a esquerda, por sua maioria esmagadora, ficou restrita ao antiamericanismo e refugiou-se nas academias sem perceber, serem elas, aparelhos ideológicos e políticos da burguesia.

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