sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dilma e Serra

Desculpem-nos estar insistindo nesta questão. Mas a cada dia fica mais evidente o quanto essas duas candidaturas são iguais. As diferenças não passam de detalhes, nuances. No conteúdo elas representam o mesmo ideário e até, a mesma proposta de política econômica que vem de Fernando Henrique, passando pelo governo Lula e se propondo continuar com Serra ou Dilma se essa for a escolha do povo desinformado.
Dilma e Serra são frente e verso da mesma moeda, como já tivemos oportunidade de dizer. Enquanto isso a candidata Marina Silva simula uma diferença que não existe, pois ela comunga dos mesmos propósitos dos outros dois.
Estamos às vésperas de uma mudança de governo e os que fazem sistema capitalista tentam nos passar o discurso de que desfrutamos, na democracia burguesa, a alternância no poder. Isso é muita cretinice, deslavado cinismo. Mudar governo não significa mudar o poder, pois para nós está bem claro que o poder é o Estado e ele existe para garantir a dominação de uma classe sobre outra.
O poder, o Estado, continua intocado, na sua essência, quando mudam os governos. É preciso entender que a função dos governos é, no capitalismo, administrar temporariamente os negócios desse sistema e, nessa condição, os governos, são rotativos, passageiros. Enquanto isso o poder, o Estado, formado por diversas instituições como são: polícia, forças armadas, aparelhos judiciários, aparelhos administrativos permanece de pé independente dos resultados eleitorais. Quando acontece de algum governo conflitar com os interesses do sistema lançam-se mãos dos instrumentos de poder e depõem o governo que se mostra rebelde. A história está cheia de exemplos de governos que foram depostos em nome da “defesa da ordem” o que significa dizer: em defesa da permanência do sistema.
Diante dessas considerações, só existe um caminho para o voto consciente, o voto de quem não aceita esse sistema e se propõe a lutar pela transformação. Esse caminho é o voto na candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, possível candidato do PSOL.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Visita de Plínio!

O velho guerreiro, Plínio de Arruda Sampaio, provável candidato à Presidente da República pelo Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, visitou o Ceará, ou seja, Fortaleza. Como se havia de esperar ele trouxe uma mensagem de luta e de esperança. Falou do isolamento que lhe é imposto pela grande mídia e conclamou todos os seus apoiadores a utilizar a internet, particularmente o twitter, como forma de furar o bloqueio.
O mais significativo dos seus discursos foi deixar claro que não se propunha a vender ilusões, a enganar o povo, para obter votos. Disse que a sua campanha terá como eixo a denúncia do capitalismo como causa da fome, da favela, da violência, da destruição da natureza e de outros infames crimes cometidos contra a humanidade. De nossa parte estamos convencidos de que as bandeiras pontuais, apesar de sua justeza, não produzem efeitos caso não estejam intimamente coladas a uma campanha de denúncia do sistema sócio econômico vigente.
Em sua palestra a uma massa de sem tetos, denunciou a impiedosa desigualdade social que concentra riquezas desmedidas em poucas mãos, enquanto joga milhões de despossuídos na vala impiedosa da miséria.
Interessante é observar que Plínio de Arruda sabe falar com mestria para auditórios letrados ou iletrados, sem prejudicar o conteúdo radical do seu discurso, sem mergulhar, jamais, em qualquer deslize sectário. Radical, sim, porém disposto a lidar com a pluralidade e o contraditório, sem mergulhar na intolerância ou raivosidade, tão próprias de grupos e pessoas. Diante do exposto, só nos resta procurar viabilizar a mensagem que encerra a candidatura Plínio para presidente e atender ao seu apelo buscando, de todas as formas, furar o cerco da comunicação e, dessa forma, massificar tanto o nome como a mensagem desse companheiro.
Avante, Plínio! As massas oprimidas, hoje ou amanhã, hão de entender sua mensagem, hão de descobrir que nada em seu favor poderá ser feito no âmbito desse sistema cuja única lógica é a busca do lucro para uns poucos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Irã é fascita

Os senhores Karl Marx e Frederich Engels, quando redigiram o Manifesto Comunista, deixaram dito que a história da humanidade é a história da luta de classes. Os longos anos de hegemonia stalinista fizeram com que esta afirmação fosse relegada ao abandono. Em lugar de classes sociais com interesses históricos antagônicos, os discursos políticos de direita e de “esquerda” se detêm a raciocinar em termos de países. Fala-se nos interesses da Bolívia, da Venezuela, dos Estados Unidos ou do Brasil sem que nessas colocações fique claro que os chamados interesses nacionais são os interesses das suas respectivas burguesias enquanto classe dominante.
Não é à toa que Lula da Silva tornou-se um exímio caixeiro viajante a serviço dos negócios da burguesia brasileira. Recentemente, sob o pretexto de servir aos interesses nacionais, aproximou-se publicamente do regime teocrático-fascista do Irã, sem considerar o que pensam e o que querem as massas oprimidas da Pérsia. Neste país é considerado crime a prática da homossexualidade e quem comete esse presumido delito é condenado à forca. Tratamento também violento é dispensado pelo governo iraniano aos dissidentes políticos. O governo do PT, no entanto, não enxerga os interesses “menores” das classes trabalhadoras e só tem olhos e ouvidos para o clamor burguês reivindicando grandes lucros e a isso chamam de interesses nacionais.
É evidente que a burguesia está cumprindo o seu papel quando reduz as contendas ao âmbito de interesses nacionais. Lamentável é que a esquerda dita marxista-leninista e até mesmo trotskista termine por deixar se embalar por semelhante discurso, colocando de lado os ditos interesses de classes substancialmente diferentes. Aliás, as grandes referências de nossa maculada esquerda, por sua maioria, são figuras anti-americanas como o Coronel Hugo Chaves, o líder sindical Evo Morales, o bispo Lugo e outros expoentes defensores da “soberania nacional” sem perceber o caráter transnacional da economia capitalista vigente.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Não é difícil...

Realmente não podemos considerar tão difícil empunhar a bandeira do socialismo. Na verdade, essa opção traz por si alguns atropelos e algumas dificuldades. Porém, são elas relativamente sanáveis dependendo do nosso nível de adesão. Se não é tão difícil assumir a bandeira do socialismo, por experiência própria considero dificílimo permanecer socialista. Não bastasse a repressão direta e indireta movida pela burguesia para os que contestam o capitalismo, somos alvos, muitas vezes, da insidia daqueles que se pretendem de esquerda. Isso se deve ao fato de que somos todos filhos da escola stalinista, cujo eixo, consiste em que cada grupo ou partido considerar-se “o povo eleito de deus” e todo aquele que venha divergir em maior ou menor grau é considerado infiel e como tal deve ser abatido impiedosamente, usando-se para tanto, desde a eliminação física propriamente dita ao linchamento moral.
Os beatos, acríticos, terminam por ter uma situação mais confortável, porém os que, por alguma razão, contestam aquilo que é tido como um dogma inviolável corre sérios riscos, que vão desde o isolamento, decorrente do boicote e de outros vis expedientes, ao massacre. Para ilustrar o que foi dito me atenho a obra da autora Isa Salles, Um Cadáver ao Sol, que expõe de maneira bastante clara, a prática caluniosa já levada a cabo nos idos de 1924, contra a figura guerreira de Antonio Bernardo Canellas, que fora anarquista e se convertera ao marxismo, e teve a infeliz idéia de apartear Leon Trotsky por ocasião do IV Congresso da Terceira Internacional Comunista. Por esse “insuportável” deslize, Bernardo foi submetido a mais vil execração, embora permanecesse fiel ao socialismo.
Bernardo não foi o primeiro, nem foi o ultimo militante socialista a ser estupidamente massacrado pela intolerância fundamentalista, cuja matriz é a concepção distorcida daquilo que poderia ser chamado de centralismo democrático. Ou pior, vitima do culto à personalidade e da prostração aos dogmas. Triste herança que deve ser banida a bem da verdade histórica.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um discurso ambientalista

Fui convidado para participar da apresentação da companheira Soraya Tupinambá, provável candidata a governadora do estado do Ceará. Soraya é uma militante, guerreira de várias batalhas, porém ateve-se a um discurso essencialmente ambientalista. Chegou a dizer que a proposta de sua candidatura seria a de promover o desenvolvimento sustentável. Tive o ímpeto de perguntar a companheira se seria exeqüível um projeto de desenvolvimento sustentável no âmbito do capitalismo. É evidente que a bandeira de defesa do meio ambiente não somente é pertinente como é essencialmente vital. Mas não é de bom alvitre desvincular a luta pela preservação da natureza, ou melhor, pela preservação da vida, se não associamos intimamente a luta contra o capitalismo, deixando bastante claro a dependência intima entre essas duas bandeiras.
Pelo que eu conheço da companheira, a sua candidatura se pretende fundamentalmente a fazer a denuncia do capitalismo, incluindo nela os nossos protestos aos baixos salários, ao desemprego, a violência, a corrupção e tantas mazelas próprias do sistema sócio-econômico vigente. Se no passado o capitalismo foi progressista, hoje ele se exauriu e se transformou em uma monstruosidade, e o planeta já não suporta a sua sobrevivência. Também, as massas dos despossuídos, não suportam mais a vigência desse sistema.
Tudo pela preservação do meio ambiente. Mas, quem o agride? Quem o depreda? Quem destrói o nosso planeta? E a resposta inequívoca e clara deve ser uma só: o capitalismo. Eis a questão fundamental. Eis o que deve ser dito ao povo e a campanha eleitoral poderá ser uma ótima oportunidade de conscientização das massas populares. Sem esse propósito não faria sentido que nós, socialistas, participássemos desse processo.
Feitas essas considerações, aproveitamos para apelar não só à Soraya, como a todos os candidatos de perfil anticapitalista, para que viabilizem o discurso anti esse sistema, e proclame a única solução, a única saída que se coloca para a humanidade diante da ameaça de sua própria destruição: o socialismo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pedofilia na Igreja Católica

É estarrecedor o números de casos de pedofilia havidos e havendo nas hostes da Santa Madre Igreja. Precisamos deixar claro que o número de patologias e desajustes no quesito comportamento sexual tem sido realmente assombroso. Mas não podemos descurar que vivemos um momento de exacerbação do sexo levada ao extremo. Na televisão ou no cinema, vêem-se, cenas implícitas e explícitas de sexo. Nada ou quase nada se vende sem que se use uma mulher seminua como objeto de propaganda.
Não é inteligente pensarmos que o capitalismo só traz danos à natureza e produz mazelas sociais como a fome, o desemprego, o baixo salário, a corrupção, a violência.... Ele produz sim, ao lado dessa e de tantas mazelas, profundos desajustes sociais e comportamentais. Imaginar que tais coisas sempre aconteceram é uma irresponsabilidade. Na verdade elas aconteciam, mas não na escala com que hoje se apresentam, quando o sistema sócio - econômico vigente dá vivos sinais esgotamento, levando-nos a uma situação de fim de festa com conseqüências drásticas para o conjunto da sociedade e ameaça real de que os desastres se aprofundem levando-nos para a tragédia total.
Os defensores da Santa Madre Igreja apresentam um argumento que vai da ingenuidade ao desrespeito à nossa inteligência. Dizem eles: a pedofilia e outros abusos sexuais não acontecem somente nas fileiras da Igreja Católica e não apontam outras instituições que tenham se mostrado infestadas pelos germes da corrupção do comportamento. Mesmo se admitindo que outras entidades pratiquem, em escala, comportamentos tão repugnantes, é hora de dizer a esses senhores que essas hipotéticas instituições, diferentemente da Santa Madre Igreja, não são inspiradas e protegidas pelo “divino espírito santo” como eles pretendem. Seja verdade que a Igreja Católica é untada por forças divinas estaremos diante de um dilema: ou essas forças são precárias ou não passam de falácias ao dizer que elas são inspiradas nas benções dos céus.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Falta vergonha

Não é costume nosso abordar as questões políticas pelo prisma do moralismo, entretanto, o cinismo, o descaramento do já velho Partido dos Trabalhadores é tamanho que nos deixa completamente indignados. Este partido deixou de lado qualquer pudor. Mas o que se haveria de esperar de uma agremiação cuja “eminência parda” é o José Dirceu? Não bastasse esta figura, registram-se nomes como os de Delúbio Soares, Luiz Guchiquem, Antônio Palocci, José Genuíno, Silvio Pereira, João Paulo e outros da mesma laia, exercendo suas maléficas influências. É oportuno ressaltar o fato de que o PT, nos bons tempos, opunha-se a fazer aliança com o PMDB ideológico, representado por figuras históricas como Franco Montoro, Tancredo Neves e Ulisses Guimarães, para hoje fazer alianças e negócios com o PMDB fisiológico de José Sarney, Jader Barbalho, Romero Jucá, Renan Calheiros, Michel Temer e outras figuras marcadas pelo fisiologismo, pela mais pura bandalheira do nosso cotidiano político.
O caráter fisiológico do PT fica cada vez mais explicito. O não menos fisiológico Anthony Garotinho disse, certa vez, que o PT é o partido da “boquinha”. Parece que esse aludido senhor foi generoso na sua acusação, pois o PT tem se mostrado ávido de grandes negociatas e permanentes mutretas e assim tem servido muito aos banqueiros e, especialmente, aos empreiteiros, sempre dispostos a alimentar com fartos recursos a gula fisiológica desse partido que, quando surgiu, se dizia diferente.
No Maranhão, o PT, por determinação da direção nacional, deixará de apoiar o candidato do PC do B ao governo, para apoiar a candidata Roseana Sarney. Em Minas Gerais, a direção do PT impôs uma aliança com o velho “garoto global” Hélio Costa, do PMDB, em detrimento de candidato próprio. Dessa forma, a cada passo, se revela a completa descaracterização desse partido que, um dia, foi o móvel das esperanças mais justas das classes trabalhadoras. De tudo isso, sobra a tristeza de ver que grande parcela do povo ainda se deixa levar por este embuste.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Primeiro de Maio

No primeiro de maio próximo passado, segundo o jornalista Fernando Barros e Silva, do jornal Folha de São Paulo, foi quentíssimo na Grécia, quando os trabalhadores, em manifestação de protesto, foram duramente reprimidos pela polícia em nome da sagrada ordem capitalista. Na Espanha, França, Alemanha, Portugal, Áustria e Suíça, houve mobilizações de trabalhadores, seguidos de grandes protestos. No Brasil, as coisas aconteceram de forma diferente. A corrompida Força Sindical promoveu, em São Paulo, uma grande festa com direito a discursos eleitoreiros encabeçados pelo presidente Lula. Esses discursos foram seguidos por sorteios de casas e automóveis, acompanhados de música e dança, numa forma eficaz de anestesiar as massas populares e garantir a paz e a tranqüilidade, tão ao gosto da grande burguesia.
Isso sim, é modo de “PT de governar”, que tanto nos prometiam, como se fosse algo revolucionário, mas o que se tem verificado é a manifestação moderna do getulismo, ou seja, afagos aos pobres com assistencialismo, e fartos lucros para a burguesia nacional e internacional. Não foi por acaso que o presidente Barak Obama reconheceu ser Lula “o cara”. Não foi por acaso que a cúpula do capitalismo internacional apontou o serviçal metalúrgico como o estadista do ano. Por essa mesma razão Lula foi incluído na lista dos 25 personagens mais influentes do planeta.
Diante de tão triste quadro, lamentamos que uma imensa legião de desavisados esteja sempre pronta a apoiar os pleitos eleitorais do PT e companhia. Não compreendem, por desinformação, esses companheiros que fomos enredados numa autentica armadilha. Como já dissemos, pratica-se no Brasil “a fórmula da trapaça”, que consiste em destinar gordas verbas as centrais sindicais e estudantis, para que se mantenham engessadas, enquanto se administra uma política populista para as grandes massas e, dessa forma, oferecer paz social aos capitalistas para que possam usufruir lucros sem que haja o menor rugido, o menor protesto dos explorados e excluídos.