terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Eles zombam demais

Em países periféricos do tipo Brasil, o capitalismo produz dirigentes que não têm escrúpulo em zombar do povo. Não tratamos somente dos dirigentes eleitos, sejam eles presidente, governadores, senadores, deputados ou vereadores. No Judiciário, os ministros têm dado provas eloquentes de zombaria diante da opinião pública, e, todo o esforço, em moralizar os costumes, tem naufragado. Vejamos o exemplo da “Lei Ficha Limpa”. Deu-se uma ou outra mostra de que ela se prestaria a impor uma nova conduta política infensa à prática da corrupção. Ledo engano, o que se viu foi o fato de tornarem a “Ficha Limpa” em algo desfigurado. O comportamento reprovável das “cortes de justiça” não se limita aos episódios eleitorais, como validar a candidatura do Sr. Paulo Maluf, figura indelevelmente carimbada como uma das maiores expressões de improbidade, sem que os braços curtos da justiça burguesa possam alcançá-lo.

Não se trata apenas dos dirigentes civis. Com os militares vimos a prática do tipo: prendo, arrebento, torturo e mato, no tempo da ditadura. Os criminosos fardados, agentes do Estado capitalista, ficaram impunes e seus crimes foram arquivados, pois assim entendeu o Supremo Tribunal Federal.

Não bastassem esses exemplos injuriosos do quanto eles zombam do povo com seus comportamentos descaradamente desrespeitosos, vêm agora os dirigentes eleitos promover, em escala nacional, de cima a baixo, um espetáculo de desmedida afronta ao povo. Presidente, ministros e, sobretudo, parlamentares, auto concederam-se aumentos salariais exorbitantes, e essa atitude fez doer no centro nervoso e na consciência de todo o povo trabalhador que se sente atingido por tamanho descalabro. Não se tratou de um aumento salarial razoável. Isso não. Eles levaram a cabo um aumento obsceno dos seus salários, ultrapassando qualquer limite da sensatez e do pudor. Isso é o Brasil capitalista e pouco vale querer moralizá-lo, como outrora dizia, demagogicamente pretender, a velha UDN. Deles, nada a esperar. A nossa saída é outra.

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