sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pé na lama

Após profundas derrotas sofridas pela esquerda convencional a partir do golpe de estado de 1964, experimentamos um período em que, dado às nossas fragilidades, as gloriosas Comunidades Eclesiais de Base passaram a ocupar um papel de relevância na luta política contra a ditadura.

Por divergências entre as esquerdas “marxista-leninistas” e os grupos organizados em torno da Teologia da Libertação, uma delas se fazia bastante acentuada. Os “marxistas-leninistas” eram acusados de levar à prática uma política vanguardista, de caráter jacobino em que uma vanguarda consciente e bem treinada na arte de conspirar, haveria de “libertar o povo” das garras da opressão, ou melhor, das garras do velho imperialismo ianque

A tradição vanguardista dos “marxistas-leninistas” imposta pelo stalinismo era decorrente do velho bolchevismo que atingiu um estágio lastimável de degeneração. Os postulantes da Teologia da Libertação, os militantes das CEB’s, tinham uma visão oposta. Opunham à vanguarda, às organizações de base, e eram assim acusados de basistas. Essa discrepância chegava ao absurdo de alguns companheiros das CEB’s voltarem-se para os bolsões de miséria e considerar o seu trabalho legítimo por que punham eles, “o pé na lama”. Os vanguardistas, que se voltavam para as massas estudantis e para os aparelhos sindicais, julgavam-se mais consequentes, pois não imputavam aos bolsões de miséria a condição de berço da nova ordem.

Ambas as correntes encarnavam graves equívocos. Colocar o pé na lama não implica em caminhar por becos e vielas em busca dos miseráveis. Por outro lado, os vanguardistas não entendiam que não existem partidos ou movimentos libertadores, pois só o povo libertará o povo, desde que um povo libertado não poderia ser livre da tutela de seus “libertadores”.

O correto é perceber que colocar o pé na lama é enfrentar o capitalismo com o seu lixo ideológico que se encontra entulhado nos pátios das escolas, cuja função é de formar cientistas e técnicos, assim como ideólogos, para defender a ordem econômica e social vigente. Ai sim, há muita lama!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ziguezague?

Não! Absolutamente não! Ziguezague é o comportamento atribuído àquele que quer fugir de uma situação de perseguição ou, por outro lado, está buscando tergiversar sobre alguma questão. Não é isso o que está acontecendo na política nacional. Nela não há diferenças, tudo parece igual. Dizendo melhor, na política nacional burguesa não existem perseguidores e perseguidos. Antes o que se costumava chamar de direita e de esquerda, virou uma só coisa. É tudo direita.

Chega-se à escabrosa situação em que, Ronaldo Caiado chefe da extrema direita União Democrática Ruralista - UDR, tornou-se um “veemente defensor” das classes trabalhadoras, quando se discutiu a questão do mísero aumento do salário mínimo.

Por sua vez “esquerda”, representada pelo seu líder, Aldo Rebelo, postou-se como defensora inquebrantável da proposta governista que reduzia o salário mínimo à condição de perdedor da inflação.

Isso mesmo! Os “bravos” esquerdistas de há pouco, tornaram-se os “bravos” direitistas de agora. E a situação inversa também é verdadeira. Até o impune larápio, Paulo Maluf, aderiu à base do governo na condição de um “aliado progressista”.

Gente! A que situação fomos reduzidos. Assistimos à vitória quase absoluta da direita em escala internacional. A esquerda, de matriz stalinista, ficou completamente sem discurso. Antes diziam existir dois mundos convivendo pacificamente. O primeiro era o mundo capitalista, decadente. O segundo era o mundo socialista, ascendente. Tal discurso foi esmagado pela realidade. Era apenas uma fraude. Na ausência desse discurso, a “esquerda” mergulhada na orfandade teórica, desapareceu e na sua ausência brota a discurseira indecente produzida pela academia burguesa, através do “marxismo legal”, cultuando a pasmaceira que sequer pode ser chamada de ziguezague.

Ressuscitar, é a palavra de ordem! É urgente expurgar dessa trajetória, os equívocos, fantasias e, sobretudo, o descarado comportamento que esconde a defesa de mesquinhos interesses em detrimento dos interesses maiores da humanidade.





sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quem ganha é o melhor?

É voz corrente se dizer que o vitorioso é aquele que soma mais qualidades. Isso não é verdadeiro. Existem vários agentes que podem motivar uma vitória. Às vezes são questões de menor importância, mas que foram determinantes no resultado de um embate. Pela nossa cultura de brasileiros, quando tratamos de vitória, logo vem à memória as constantes disputas esportivas, particularmente, as que se dão em torno do futebol.

O cansaço de uma equipe, o desfalque de um jogador excelente, o fato de a partida ter se dado em campo do concorrente quando a torcida se fez presente e “jogou” como se fosse o camisa doze, tudo influencia no desempenho do jogo. Não podemos esquecer a velha arbitragem que, por incompetência ou má fé, tenha vindo contribuir para o resultado final da partida.

E assim seguem-se, quase inumeráveis, os motivos que podem levar a uma vitória. Quando se trata da questão política a situação torna-se muito mais grave. É costume se dizer que a versão da história, a versão dos fatos não é dada por quem perdeu. O vitorioso “faz a história” de acordo com as suas conveniências e nesse propósito lança mão de distorções, embustes, omissões, fantasias e outras cretinices, transformando-a em modelo de dignidade.

Uma das mais tenebrosas distorções de uma vitória foi praticada pelos bolcheviques russos em 1917. Os bolcheviques não se postaram como agentes do crime. Isso não! Aconteceu que os rumos da Revolução Russa foram tomando caminhos e determinando circunstâncias que a partir delas seguiu-se a trilha da mais horrenda mentira, quando tratamos de conhecer esse fenômeno histórico tão importante para a humanidade.

Urge fugir da cultura tipo: “mocinho e bandido”, ou seja, o velho maniqueísmo. Bandidos, heróis, mártires, bravos, traidores, se fizeram presentes nesse e noutros embates históricos. É preciso ter claro, entretanto, o que ou quais fatores foram determinantes aos rumos do embate e eles não estarão reduzidos a comportamentos morais como pretende a visão burguesa que imputa à vontade os rumos da história.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Terceiro-mundismo?

Perdoem-nos a linguagem, porém, faremos uso dela para lançar mão de uma pergunta: Por ter visto, por ouvir dizer ou por outras vias, alguém já acusou a existência de uma cobra de três cabeças? É verdade que a lenda suporta a afirmação de duplicidade cefálica. Deixemos claro, porém, que a segunda não passa de uma suposição, não tem respaldo na realidade. Mas nunca se chegou a aventar a hipótese da existência real de uma cobra de três cabeças.

Nos idos da Guerra Fria, estimulou-se, com muito empenho, a criação de um chamado Terceiro Mundo. Isso pretendia dizer: um mundo formado por três pólos: o capitalismo desenvolvido; o segundo mundo, representado pelos “países socialistas” e o terceiro que seria um conglomerado de países emergentes.

Na década de cinquenta esteve no auge a chamada proposta terceiro-mundista, representada por Abdel Nasser, Sukarno, Indira, Nerhu e outros próceres. Tal proposta estaria calcada na construção de uma “terceira via” e assim, o mundo estaria dividido da seguinte forma: os países ricos, os “países socialistas” e até se falava num quarto mundo.

Ora, apesar dessa política terceiro-mundista servir aos interesses das grandes potencias, ela era uma fraude completa, tão completa e tão fraudulenta quanto seria aquela de presumir a existência de uma cobra de três cabeças.

No capitalismo, a realidade esta posta da seguinte forma: um primeiro pólo é representado pelo capital e um segundo, pelo trabalho. Apesar de algumas nuances, algumas diferenças, representadas por alguma camada ou casta social a verdade é que se impunha um caráter bipolar, seja do ponto de vista econômico, político ou social. Exatamente assim se apresentava a realidade e o embuste no sentido de buscar outros atributos, filhos da má fé, que redundaram em nos impor uma trágica realidade.

“Desapareceu” o mundo bipolar cedendo lugar a uma pluralidade que, nada mais nada menos, é a chamada globalização em crise maior, chegando agora às fronteiras dos países árabes. O destino é somente um: o socialismo ou a tragédia total.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Verde, maduro e podre

Hoje, dia 11 de fevereiro de 2011, o Partido dos Trabalhadores completou 31 anos de seu reconhecimento quanto partido institucional. Nasceu verdíssimo e como se diz que o verde é a cor da esperança ele exalava esperanças por todos os poros.

Três eram os esteios desse partido. O primeiro deles era o sindical. Era o mais forte e o que inspirava maiores esperanças, calcadas na intuição e no instinto de classe. Assim pensávamos.

O segundo grande esteio na composição do Partido dos Trabalhadores eram as chamadas CEB’s – Comunidades Eclesiais de Base, movimento apoiado na então propalada Teologia da Libertação. A tradição do cristianismo não é a de erradicar a pobreza. A isso ele nunca se propôs, todo o seu pensamento poderia ser resumido na afirmação do padre dominicano Regis Lebrê, quando dizia ser obrigação dos cristãos “empenharem-se para que os ricos fossem menos ricos e os pobres menos pobres”. Não podemos deixar de lembrar que a nossa Santa Madre Igreja teve um papel importantíssimo no processo do golpe de Estado em 1964. A CNBB chegou, em documento oficial, a agradecer os préstimos das “gloriosas Forças Armadas” que libertaram o Brasil das garras sinistras do comunismo ateu.

O terceiro esteio na formação do PT era o mais frágil, extremamente fracionado e politicamente atrasado, confuso e prostrado diante da capitulação geral que se avizinhava. Tratava-se de dezenas de grupelhos de origem marxistas-leninistas-trotskistas ou, simplesmente, marxistas-leninistas. Esses grupelhos traziam consigo todos os defeitos de nascedouro, eram grupos de matrizes stalinistas e, assim sendo, não se cansavam de levar à prática um exacerbado monolitismo, uma absoluta supressão do livre debate, a excludência do tipo “somos o povo escolhido de Deus”, o aparelhismo como objetivo precípuo, fosse ele de estado, sindical ou partidário, usando para os seus fins políticos a rasteira e a calúnia.

No começo, a burguesia egressa dos anos de ditadura amedrontou-se com a possibilidade da real implantação de um partido que representasse os interesses históricos dos trabalhadores. Buscou de todas as formas inviabilizar essa proposta, fosse pela via da confusão da legislação eleitoral ou pela via da intolerância e da perseguição. Frustradas essas tentativas anti-petistas levadas a cabo pela direita troglodita, o seguimento burguês mais lúcido onde estavam incluídas figuras como: Mario Covas, Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Fernando Henrique, Teotônio Vilela e uns poucos outros, compreendeu, perfeitamente, que “o leão era mansinho”, ou seja, o assustador Partido dos Trabalhadores – PT, não era e não viria a ser uma organização de caráter anticapitalista como temiam os menos avisados.

Além da boa fé da imensa maioria dos que aderiram ao Partido dos Trabalhadores, acreditava-se no refrão de que o PT seria um partido diferente. Ou noutro momento, levou-se a sério a afirmação de Luis Inácio Lula da Silva de que o que faltava no Brasil era “vergonha na cara”. Noutro instante o “salvador” proclamou que existia no congresso nacional “mais de trezentos picaretas”. Deixou de dizer, entretanto, que esses picaretas haveriam de ser os seus mais sólidos aliados.

Lula no governo veio provar que o “leão era realmente mansinho”. O seu governo garantiu os maiores lucros para a burguesia, enquanto concedeu migalhas de vantagens ao sofrido povo e transformou a massa de miseráveis, através do programa Bolsa Família, num imenso colégio eleitoral, que bem lhe serviu para reelegê-lo e eleger sua sucessora Dilma Rousselff.

A cada concessão que fazia o governo Lula e seus apaniguados a burguesia exultava e proclamava aos quatro quantos: “O PT já não é mais aquele partido verde, hoje ele é maduro e totalmente confiável”.

Antes, Lula e sua laia distanciavam-se dos PMDBistas de perfil ideológico como eram Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mario Covas, Teotônio Vilela, como já citamos. Hoje, ao deixar de ser “maduro” para se tornar PODRE, assumiu de público, sem nenhum recato, estreita aliança com o que existia e existe de mais pútrido, mais picareta, mais fisiológico no cenário nacional.

É nosso dever estabelecer a diferença entre os interesses imediatos do povo trabalhador e seus interesses históricos. Os interesses imediatos consistem em se defender da ganância desabrida de uma burguesia sempre famélica por vultosos lucros. O defender-se, o buscar uma ou outra melhoria nas condições de vida é uma tarefa de casa, de cada dia, das massas de trabalhadores. Outra coisa é lutar pelos interesses históricos dessas massas. Outra coisa é quebrar as algemas que prendem a humanidade à cruel dominação capitalista. O interesse imediato, o interesse reformista reduz-se à busca da migalha, os interesses históricos representam a busca da total liberdade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Além do dilema

O pensador e socialista alemão Friedrich Engels afirmou que o capitalismo trazia consigo um dilema: o socialismo ou o caos. Passados cerca de 40 anos de tal afirmação, a genial Rosa Luxemburgo, fazendo alusão ao que foi dito afirmou: “Engels, na sua luminosa inteligência soube revelar uma indiscutível verdade; acrescentaria: o socialismo ou a barbárie”. Hoje teremos, também, que fazer alusão ao que nos disse Karl Marx: o socialismo ou a tragédia total, o “apodrecimento da história.”

Além dessas alusões, que colocam às claras o fato da transformação social ser um determinismo histórico, o Sr. Karl Marx não deixou de tecer comentários sobre essa contingência, essa negação da eternidade, quando além das contradições postas haveria que se aludir àquilo que ele chamou de “apodrecimento da história”.

Trata-se de uma abordagem aparentemente equívoca, entretanto, o “apodrecimento da história”, corresponde à completa tragédia da humanidade, que pode se dar pela supremacia política do fundamentalismo religioso como é exemplo, o avançar do islamismo ou, através de outras formas, que terminarão impondo a cessão da própria vida como a conhecemos.

Situação bastante tensa! Beira-se o caos, beira-se a barbárie, beira-se o “apodrecimento da história” e isso não é produto de elucubrações, de conjecturas ou de pensamentos aparentemente insanos de um ou outro indivíduo.

Presumir a derrota não implica em se ser derrotista. Que fique claro! Não temos o objetivo de lançar o pânico. Ele viria naturalmente com a consciência da gravidade histórica hoje experimentada. Porém, junto ao pânico, poderia vir também, em acelerado galope, a esperança dos conscientes que tentam, esforçam-se, batalham, para chegar a tempo hábil de evitar que o mundo mergulhe numa tragédia total, e para isso só existe um caminho, só existe uma vereda: o socialismo.

Por fim, não confundamos determinismo com fatalismo. A vida traz consigo um determinismo: a morte. Esse mesmo determinismo não impede que ela seja em vários momentos postergada.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Alegria! Alegria!

Pode parecer incrivelmente absurdo. Mas a vida é assim mesmo cheia de absurdos que raiam a incredulidade. Depois de noventa anos, repetindo-se quase incansavelmente, que o mundo estaria dividido em dois e que o primeiro deles era o mundo socialista em ascensão, onde jorrava leite e mel, e o segundo era o mundo capitalista em decadência, onde se alastravam a fome e a miséria. Após noventa anos de tão absurda mentira, a queda do Muro de Berlim deixou clara a inconsistência desse discurso. Desprovidos de qualquer outro, grande parte da esquerda tradicional procurou se refugiar nas academias buscando, na linguagem hermética e erudita, mais uma vez ludibriar parecendo lamber suas feridas. Não se sabe se enganado ou se enganando. Sabe-se que esses discursos carecem, profundamente, de qualquer fundamentação. A verdade consiste no fato de que, nos embates políticos cruciais, as forças do socialismo foram tragicamente derrotadas pelas forças do capitalismo. Aí sim, está o ponto de partida da verdade e ela resume-se em dizer que fomos derrotados. Isso mesmo! Devemos assumir em toda nossa plenitude as nossas derrotas. Buscar as suas causas. E tentar daí, levantar-se para uma nova luta e escamotear, mentir, fraudar, fantasiar, ludibriar. Não é a saída correta, embora seja a saída frequente.

O escabroso de tudo é que um segmento da esquerda não assume discurso nenhum, ou melhor, assume o discurso de que a culpa é do inimigo que não nos deixou lograr a vitória. Enquanto isso essa gente mal formada ou informada pratica um esporte suicida. Postam-se diante de suas telinhas de televisão a torcer pela derrocada do “diabo”, “a queda do império do norte”. Ontem, exultantes de alegria, comemoravam de forma mal disfarçada a destruição das torres gêmeas. Depois de outros entreveros vem a alegria da crise financeira norte americana, irlandesa, grega, portuguesa e espanhola. É o mundo sucumbindo e nós pulamos de alegria, sem perceber que junto a ele estamos também indo precipício abaixo. Alegria! Alegria!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A capacidade de querer mais para muitos.

Contribuição da militante socialista Adelitta Monteiro

Ser socialista não é fácil. O capitalismo vive um período muito favorável e o povo que deveria estar pensando a respeito do fato de ser um povo pobre foi reduzido a um conjunto de indivíduos que sonham em ficar ricos. A Burguesia colocou na nossa cabeça uma grande mentira: riqueza é questão de competência e esforço.

“De repente, não mais que de repente” vem a notícia das revoltas no Egito, incentivadas pela derrubada do governo na Tunísia. É preciso refletir a respeito dos rumos tomados por um processo revolucionário. Personificar o processo é um perigo. Quando nos dizem que nosso sofrimento é culpa de governos vemos a cristalização de mais uma enganação. A questão não é de governo, é de poder. A luta não é entre indivíduos, é entre classes. Seria este o rumo acertado para um processo real de transformação no Egito e no mundo.

Poderia buscar algum acadêmico em sociologia para apresentar sua visão a respeito desta revolta egípcia, mas terei o prazer de citar a frase de alguém com mais respaldo, devido a sua vivência, e que apresentou uma forte clareza política. Mahmoud Mohammed Imam, um motorista de táxi de 26 anos, disse: "Tudo que ele disse (o atual governante) foram promessas vazias e mentiras. Ele nomeou um novo governo de ladrões, um ladrão vai e vem outro para saquear o país." "Essa é a revolução das pessoas que estão com fome, essa é a revolução das pessoas que não têm dinheiro, contra aquelas que têm muito dinheiro."
Esperamos que a essência política do que está ocorrendo no Egito não siga a linha dos conciliadores que dirão que a simples substituição de governantes mudará a ordem das coisas, que os líderes da revolução não sejam hipnotizados pela possibilidade de governar por eles mesmos e, principalmente, que o povo egípcio esteja seguro o suficiente para derrubar seus próprios líderes. Enfim, fica a esperança de que o povo não se contente com uma democracia burguesa, não deseje eleger representantes que não os representem e que os trabalhadores agarrem a história e a segurem com os calos de suas próprias mãos.