sexta-feira, 4 de março de 2011

Vamos vulgarizar

Soube que certo senhor, militante “marxista-leninista-trotskista”, prenhe de pretensão, referiu-se a mim dizendo que eu praticava um marxismo vulgar. Ora, isso é quase verdade, não que eu pratique um marxismo vulgar, pois esse tem nome e endereço, chama-se stalinismo. O que ocorre é que eu tento, obstinadamente, vulgarizar o marxismo, tornar o socialismo científico uma ciência de massa que permita ao povo compreender o mundo econômico, político e social que vivemos.

Mas, para ter bom êxito no empenho de vulgarizar o marxismo, torná-lo atraente e compreensível, é necessário iniciar a jornada pelas galerias das inúmeras universidades, que despejam toneladas de cientistas sociais e políticos que sequer percebem a diferença conceitual entre governo e poder.

Dizem eles, insistentemente, e com toda empáfia: “Quando o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder...” Ora, essa proposição é um escândalo. O poder, “senhores cientistas”, é o Estado, e ele tem caráter vitalício, permanente, e seu objetivo é salvaguardar a economia, o sistema econômico que, no caso, é o capitalismo. Governos, senhores, têm caráter rotativo, vão e vêm e são guardiões de diversas políticas econômicas, seja ela nacionalista, desenvolvimentista, entreguista, progressista, conservadora ou o que diabo seja.

Entre economia e política econômica há uma diferença abissal. É bem verdade que a transformação de um determinado sistema econômico por outro, só poderá advir através da atividade política, mas essa política, senhor catedrático, é a política socialista, e ela é essencialmente diferente dessa política que compõe o jogo do poder em torno das diversas facções que representam o sistema. O governo PT-PMDB por exemplo, representa diversas correntes de políticas econômicas. Seria bom que isso ficasse claro.

Não me venham com a gracinha de dizer que faço o culto da ignorância, quando repudio o charlatanismo praticado pelas prestigiadas escolas do capitalismo. Pelo contrário, louvo e cultivo o conhecimento legítimo e libertador.

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