sexta-feira, 13 de maio de 2011

Precisa-se de um santo


            A Igreja Católica Apostólica Romana desfrutou de grandes poderes na Idade Média, quando se dava ao luxo de entronar e depor monarcas. Seu poder era tanto que ela conseguia arregimentar milhões e milhões de pessoas para a “sagrada” tarefa de libertar o Santo Sepulcro que estaria sendo profanado sob o domínio dos infiéis do Islã.
Essas “Santas Cruzadas” praticaram os mais horrendos crimes, desde saquear, estuprar, sequestrar e roubar em nome de Jesus. Além desses crimes, acrescente-se a prática da Santa Inquisição, em que pessoas eram presas, torturadas e queimadas vivas, sob qualquer acusação de heresia. Foi o caso de Giordano Bruno e Joana D’Arc, para citar dois grandes exemplos.
Com o passar dos tempos a Santa Madre Igreja foi perdendo o seu poder temporal na medida em que foram ficando mais evidentes os seus escândalos. Recentemente, houve o grande estouro do Banco de Santo Ambrósio, em que o Vaticano participou de falcatruas financeiras de grande monta.
Agora ela, a Santa Igreja, desliza em plano inclinado e de forma irreversível para o descrédito quando vem à luz os inúmeros casos da prática de pedofilia, mundo a fora, em conventos, sacristias e paróquias.
Os que defendem a infalibilidade da igreja têm, como princípio, que ela nasceu e passou a ser inspirada pelo Divino Espírito Santo. Como se explica então, que o Divino Espírito Santo tenha deixado de inspirar essa instituição e tenha permitido que ela descambasse pelo inequívoco caminho do pecado que chega às raias da aberração?
A verdade é que a perversão dos costumes e do convívio como produtos de um sistema socioeconômico em pleno estado de exaustão, não tem deixado a salvo nenhum reduto. O capitalismo, hoje, sob a bênção da Santa Madre Igreja, estaria precisando de um santo com forte apelo popular e escolheu a beatificação de João Paulo II como caminho para sua imediata santificação. Mas não basta um santo, nem todos os santos, para nos salvar das desgraças que o capitalismo produz; só o socialismo faria esse milagre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário