terça-feira, 12 de julho de 2011

DUAS GRANDES MENTIRAS



Não podemos listar todas as mentiras políticas que dão sustentação ao capitalismo. Resolvemos ressaltar duas delas: a primeira, consiste em dizer que se dão alternâncias no poder através das eleições. Nas eleições disputam-se governos, e há uma grande distancia entre poder e governo. O poder tem caráter permanente e se propõe a assegurar os interesses do sistema. Governo é a forma de gerenciamento político que se queira levar a cabo nos limites do capitalismo. É falso, ou equivocado, pretender que um partido ou uma coligação chegou ao poder quando ele apenas conquistou o governo. Por ignorância ou má fé, costuma-se afirmar que governo é poder. A outra grande mentira a ser discutida é o fato de se anunciar existir no país dois projetos político-ideológicos em disputa: um projeto neoliberal e um projeto nacional-desenvolvimentista. Pratica-se aí, mais um criminoso engano e ele é ostentado pela direita convencional e pela esquerda direitosa, ou seja, PT, PSB, PCdoB, PDT...

Não é verdade que existem dois projetos diferentes em disputa, muito menos de caráter ideológico. O governo Itamar Franco, implantou uma política econômico-financeira apoiada no tripé: política de responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e todo o controle da inflação. Desde então, preserva-se a mesma política, e esse fato nos autoriza dizer que a direita logrou ampla vitória quando conseguiu agrupar diversos setores em um programa único. A tradição socialista fundava-se na disputa entre dois grandes projetos políticos e ideológicos. O primeiro deles, era o projeto de defesa do capitalismo que chamávamos de direita. O segundo projeto, era o de transformação social que chamávamos de socialista. Essa postura política baseava-se na premissa de que a sociedade é uma sociedade de classes e camadas sociais de interesses antagônicos e inconciliáveis. A esquerda direitosa, durante esses últimos noventa anos, conseguiu “suprimir” a luta de classes e reduzir tudo aos estreitos limites do mundo capitalista, sem nunca contestá-lo.

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