terça-feira, 13 de setembro de 2011

UMA BOLÍVIA?


            É estarrecedora a denúncia que fez a Folha de São Paulo através de um caderno especial, revelando o montante em dinheiro que correu pelos esgotos da corrupção, nesses últimos sete anos da história da república brasileira, nos níveis federal, estadual e municipal. O volume de dinheiro desviado corresponde a 40 bilhões de reais, e isso equivale ao Produto Interno Bruto da Bolívia durante um ano. É uma cifra astronômica essa que banca a corrupção no Brasil. Chega a parecer que o capitalismo aqui, está vivendo em fim de festa. Isso nos faz lembrar que, num passado não tão longínquo, inúmeros eram os políticos, mesmo de direita, que tinham uma postura ideológica, tratando de servir ao capitalismo cultivando, entretanto, um comportamento ético. Para citar um exemplo mais recente, basta recorrer ao velho MDB e, posteriormente, PMDB, que tinha na sua liderança figuras dotadas de compromisso ideológico, como são exemplos Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mário Covas e alguns outros.
            Essa legião de políticos ideológicos, cedeu lugar aos políticos de feição nitidamente fisiológica. Apossou-se do PMDB uma verdadeira quadrilha de políticos fisiológicos, como são exemplos o oligarca José Sarney, assim como, Jader Barbalho, Romero Jucá, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Michel Temer e outros mais.
            É digno de nota o fato de que o PT sempre se negou a qualquer entendimento com o velho PMDB ideológico, para se atirar de braços abertos ao PMDB fisiológico, celebrando uma unidade cuja natureza é a prática deslavada do fisiologismo, ou dizendo melhor, da roubalheira.
            Não é somente o PMDB de hoje, dono de todos os “pecados”. Aí está o PT, exibindo um bando de pessoas que optou pela desonestidade, apropriando-se de quinhões como pagamento pelos serviços que eles prestam à sustentação do sistema capitalista no Brasil. No seu IV congresso, tivemos a oportunidade de ver o sinistro José Dirceu aplaudido de pé pelos delegados presentes. Esse episódio revela total descaramento, ou seja, absoluta falta de pudor.

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