sexta-feira, 13 de abril de 2012

O HUMOR



            O humor, assim como a poesia, a arte cênica, a pintura, são formas legítimas de expressão. É bastante frequente casos em que a poesia se antecipou na elucidação de algum dado importante da realidade, onde a pretensa racionalidade compenetrada não conseguiu a priori elucidar. Recentemente faleceu um dos maiores humoristas do Brasil, quiçá do mundo. Trata-se do nosso inesquecível Millôr Fernandes. Confesso que devo muito das coisas que aprendi aos textos desse grande humorista, assim como aprendi muitas coisas compensadoras, saídas de Karl Marx, Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo e outros mais. Desde criança obtive o hábito de ler Millôr, e com ele incorporei o hábito de me por a pensar, ao invés de me prostrar como adorador de pretensas verdades. A irreverência é um dos papeis que aciona a prática do humor, assim como desfaz mitos e lendas, pois o humor é uma forma de manifestação da verdade que desfaz crendices perniciosas.
            O totalitarismo, seja o nazismo ou o stalinismo, não suporta a verdade, pois ela é revolucionária. Foi justamente, em razão desse caráter do humor enquanto portador da verdade, que Joseph Stalin suprimiu por completo essa prática na União Soviética. Depois, essa intolerância ao humor, veio existir na Alemanha nazista, e nos estados policiais que desfraldavam e até desfraldam, indevidamente, a bandeira do socialismo, quando na verdade praticam o terror. Essa simbiose do totalitarismo e a supressão do humor como prática legítima e sadia deve ser refutada. Entretanto, é natural que se faça a distinção entre o humor inteligente e sadio e o deboche, pois que este é tão somente desmoralizante.
            Quero aproveitar o ensejo para lembrar uma ou duas tiradas de humor, de valor  universal. Disse-nos Millôr: “a liberdade de pensar, é só pensar”. “O hábito de jogar xadrez desenvolve em cada um de nós, a capacidade de jogar xadrez”. “Ser pobre não é defeito, meu amigo, porém, incomoda”, de autor desconhecido.

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