sexta-feira, 24 de agosto de 2012

NÃO PRECISA MENTIR



            A burguesia sustenta-se no poder através de um discurso baseado em mentiras. Mentir é seu dever de ofício. Caso tentasse o discurso da verdade, o seu sistema socioeconômico desabaria. Assim sendo, o ato de enganar passa a ser uma necessidade, entretanto, nem tudo que provém do discurso burguês é, necessariamente, mentira. Algumas vezes, eles partem de uma verdade e sobre ela, constroem um discurso de natureza enganosa.
            Esse comportamento da burguesia, podemos ver nas denúncias feitas aos chamados “países socialistas”. Partindo de certas “verdades”, como a de mostrar que naqueles países, inexistiam práticas democráticas, formulavam o discurso de que o comunismo levaria, inevitavelmente, aquele “modelo socialista”.
             Não só as crueldades praticadas e a ausência de liberdade, eram os traços daquele modelo. Exploravam, também, o seu quadro de pobreza. É preciso reconhecer que eles não precisavam mentir. Havia e há, graves distorções,  cruéis atos de intolerância e sentidas carências. A partir disso, construíam um discurso em que o stalinismo era sinônimo de comunismo. Conseguiram e, ainda conseguem, arrebanhar a opinião pública, inclusive das classes trabalhadoras, para esse questionamento do “socialismo”, assumido como irrefutável, enquanto a própria proposta do socialismo, como superação do capitalismo, fosse rejeitada.
            Não é honesto negarmos a existência de ditaduras férreas de partidos, ditos comunistas, sob o errôneo argumento de que as acusações feitas às chamadas experiências “socialistas”, são falsas porque foram levantadas pela direita. É bastante claro que o discurso anticomunista levado a cabo pela burguesia, encontrou e encontra franco respaldo na realidade. Querer subtrair essa verdade, significa querer tapar o sol com a peneira. O caminho correto, portanto, é assumir a verdade histórica, considerando que ela é, antes de tudo, revolucionária, e assim procedendo, estaremos cortando na própria carne. Essa atitude de autocrítica, porém, é urgente e necessária.

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