segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O POVO, COITADO!





            É intrigante observar que militantes da Democracia Socialista, como Luizianne e Elmano que se reivindicam, “marxistas-leninistas-trotskistas”, apareçam com o discurso de “cuidar das pessoas como Lula ensinou”. É possível que Lula da Silva proponha uma política assistencialista como forma de cuidar dos “coitados”. Karl Marx propôs algo bem diferente. Propôs que os trabalhadores promovessem a sua libertação dizendo no Manifesto Comunista que a tarefa de libertação dos trabalhadores seria obra deles próprios.
            Não devemos considerar que os propósitos da DS sejam o de levar avante uma política de educação, que permita às massas trabalhadoras marchar com os seus próprios pés. Ao invés dessa postura, socialista e revolucionária, eles procuram assumir a tutela dos movimentos populares, administrando a distribuição de migalhas através de políticas assistencialistas, tipo Bolsa Família, que redundam na criação de colégios eleitorais que lhe dão sustentação política.
            Trata-se, é verdade, de uma posição terrivelmente cruel, pois ela aponta para a sustentação do capitalismo, na medida em que praticam uma forma perversa de populismo, cujo conteúdo se restringe a confundir ações sociais com socialismo.
            É oportuno lembrar que após a Segunda Grande Guerra, a burguesia procurou criar um cinturão de segurança anticomunista,com os chamados Estados de Bem-Estar Social. Em países avançados, o capitalismo promovia políticas que conferiam às massas trabalhadoras uma certa parcela de benefícios, implementando o ensino universal, bons serviços de saúde, creches e escolas maternais e outros tipos de concessões, sem contudo, deixar de consolidar a hegemonia capitalista em nível mundial.
            Ensino de qualidade, boas práticas de saúde, excelentes serviços de mobilidade, proteção jurídica, são características dos países nórdicos, no entanto, são países inequivocamente da órbita do capitalismo e suas benesses sociais são pagas com a exploração em outros países. Percebemos, pois, que ações sociais nada tem com socialismo. Assim como, “cuidar das pessoas”, nada tem que possa ser tido como uma posição que aponte para a transformação da sociedade, ou seja nada tem com socialismo. Vale ressaltar que políticas de ações sociais são, vide regra  políticas de cunho burguês nada condizente com o carimbo “marxista-leninista”.


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