sexta-feira, 2 de novembro de 2012

QUESTÃO DE FÉ?


 QUESTÃO DE FÉ?
            É costumeiro ouvirmos várias pessoas afirmando que não acreditam na viabilidade do projeto socialista. Como argumento, para fundamentar essa colocação, é comum dizerem que o socialismo não é viável, dentre outras razões, em função da natureza egoísta de cada ser humano, incapaz de controlar suas ambições, sem se dar conta do caráter dessa ambição. Sem dizer se essa ambição, inerente ao homem, seria material-acumulativa, como soe acontecer na sociedade capitalista, ou se essa ambição poderá ser intelectual, de feição científica, estética, artística...
            Não percebem os defensores dessa afirmação que, justamente por egoísmo, é que devemos ser socialistas. Expliquemos melhor, caso seja verdade a afirmação de que ao capitalismo só pode suceder o socialismo ou a tragédia total, ou seja, a inviabilização completa da vida, até por um ato de preservação do nosso “eu vivo”, da vida de nossa família, de nossos amigos, é compreensível repudiar a idéia de sucumbirmos, em decorrência da célere marcha do sistema socioeconômico vigente para o abismo.
            Insistimos em dizer que o socialismo, ao invés de um simples sonho, de um desejo, de uma utopia, é, antes de tudo, a única resposta que poderá se opor a um desfecho trágico. Dessa maneira, o socialismo deixa de ser uma questão de fé para se apresentar como um imperativo histórico.
            A tomada de consciência desse imperativo, torna-se um elemento de importância fundamental, para que possamos responder à crise do capitalismo com um projeto socialista. Como ponto de reflexão, devemos levar em consideração que, por milhares e milhares de anos, as sociedades primitivas, viveram o comunismo, desconheceram, portanto, a propriedade privada dos meios de produção, e consequentemente, a desigualdade social. Esse comunismo primitivo só desmoronou em função das profundas precariedades em que estava assentado, isso é bom ressaltar.
            Uma sociedade igualitária, nos dias de hoje, dar-se-ia sobre as bases de uma economia extremamente desenvolvida, e isso, permitiria uma vida de super abundância, ao contrário da sociedade de escassez vivida por tão longos anos, nas referidas sociedades primitivas, cujos remanescentes ainda são presentes em alguns povos, seja no Brasil, na África ou na Ásia como se pode constatar.
            Devido à nossa cultura judaico-cristã, somos levados a imaginar que o socialismo seria a repartição do pão, seria a régia administração da escassez. Tal pensamento peca pela mais profunda inverdade. Portanto, os argumentos levantados, tanto na rejeição das propostas socialistas, como na fundamentação positiva, dessa proposta, merecem ser amplamente discutidos de forma não preconceituosa e totalmente  desarmada, afinal, dessa discussão depende o nosso futuro, o futuro de nossa família, o futuro da humanidade e a possibilidade ou não, da subsistência da própria vida, no seu sentido mais lato. 

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