segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Políticas Públicas




A burguesia é muito esperta. Para dominar o mundo ela semeia alguns discursos que são bastante massificados. Diante das absurdas mazelas sociais ela faz a seguinte colocação: necessitamos elaborar políticas públicas. Com políticas públicas bem elaboradas e a vontade política de realizá-las, tudo se resolverá. Assim sendo, não precisamos questionar o sistema sócio econômico vigente, o capitalismo. Tudo poderá se resolver dentro dos seus limites.
            Esse tipo de discurso só interessa à burguesia, mas, em torno dele, se enfileira uma legião de pessoas que se propõem trabalhar na elaboração dessas políticas públicas de caráter salvador. É bem verdade que um grande número de militantes da “boa causa” é encharcado pelos discursos burgueses, enquanto alguns são tangidos pelo oportunismo, na medida em que a formulação de políticas públicas tem se prestado a ser cabide de emprego para um bom contingente de pessoas.
             Há que se desmascarar essa manobra que redunda em nos afastar da questão central. Urge, também, entender que, nas fronteiras do capitalismo, não há salvação. É claro que não se pode abandonar a luta cotidiana por situações menos penosas, mas a denúncia do capitalismo como matriz dos males sociais não pode ser negligenciada.
A burguesia consegue massificar seus discursos enganosos e enquanto isso, a esquerda, por sua maioria, termina por se tornar porta voz do engodo.
Daí a necessidade de se construir uma esquerda explicitamente anticapitalista cuja  tarefa maior seja desnudar a realidade e por abaixo a fraude dos discursos correntes.
            Já se disse que a verdade é transformadora, mas não é fácil agitar a bandeira da verdade diante do assombroso e massacrante domínio  da mentira, desmentindo a lenda, dita e repetida, de que a mentira tem pernas curtas. Pernas curtas tem a verdade política que é reprimida e cerceada constantemente, pois ameaça os privilégios de uma minoria ardilosa.  


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