quarta-feira, 3 de abril de 2013

PALESTINOS E JUDEUS




            É um absurdo, mas é fato, que o conceito de classe opressora e classe oprimida, tenha cedido lugar ao enganoso conceito de nação opressora e nação oprimida. Tal criminoso feito é obra do conluio do imperialismo burguês com o stalinismo contrarrevolucionário. A convergência de interesses históricos entre essas duas partes, produziu essa funesta distorção.
            Expliquemos: a burguesia, por razões óbvias, nunca aprovou a afirmação de que a História da humanidade, foi movida pela luta de classes. Por sua vez, a burocracia stalinista, particularmente a burocracia soviética, incrustada no aparelho de Estado, não tinha interesse em fazer avançar a revolução socialista e, premida por interesses escusos, tratou de substituir o princípio da luta de classes por presumidas lutas nacionais. Dizemos mais, a burocracia stalinista pretendia viabilizar o congelamento da História, dividindo o mundo em áreas de influência. Dessa forma, prosperou tanto o nefasto nacionalismo, como o conceito de nação como categoria política, de forma a se pretender obscurecer os conflitos irreconciliáveis entre classes sociais, com objetivos e interesses antagônicos.
            Quando se fala no litígio entre palestinos e judeus, pretende-se circunscrever os seus conflitos, no estreito limite de lutas raciais. Nem a direita explícita, nem a direita simulada e travestida de esquerda, assume o discurso de que existem entre os palestinos diferentes classes, o mesmo acontecendo entre os judeus.
            Assim sendo, ao invés de se propor uma aliança entre os trabalhadores palestinos e judeus, o que se observa é a aceitação da proposta de dois povos, dois estados que, sem dúvida é uma boa proposta, entretanto, nos limites do capitalismo. Acontece, porém, que a nós, socialistas revolucionários, o objetivo maior não é sanar as profundas disputas entre palestinos e judeus, construindo Estados capitalistas, mas sim, buscar a conquista da superação do próprio capitalismo, por via da negação de sua ordem econômica e social. Repudiamos assim, toda e qualquer colocação que se apóie no conceito nacional, abstraindo o caráter de classe da sociedade.

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