A cultura stalinista, que
gozou de completa hegemonia nos meios de esquerda, durante os últimos noventa
anos, produziu verdadeiras pérolas do cretinismo político. O primeiro deles, e
o mais propalado, foi o discurso dos dois mundos. Diziam eles, fraudulentamente,
que existiam dois mundos: um capitalista decadente e um outro socialista ascendente,
onde corriam leite e mel. Tratava-se de um discurso infundado e a queda do Muro
de Berlin, seguida do desmoronamento dos chamados países socialistas do leste
europeu, deixou a nu a farsa do discurso dos dois mundos, qualitativamente
diferentes, convivendo pacificamente.
Outro discurso despido de
fundamento, era aquele que, durante a guerra fria, afirmava ser a URSS a
segunda maior potência do mundo. Na verdade a URSS era uma potência de
dimensões incalculáveis, em se tratando do seu poderio atômico. Entretanto, no
que diz respeito a sua economia, o que se vê é o fato daquela “potência”, hoje,
colocar-se como país emergente, no cenário mundial, compondo o BRICS. Daí, se conclui
que não se tratou nem se trata, de uma potência econômica.
Um discurso próprio dos anos
do stalinismo, atém-se em afirmar que o “mundo socialista” produzia um “novo
homem”. Quando ruíu o império desse “mundo socialista”, o que se observou foi brotar dos seus
escombros, horrendas figuras. Seria o “novo homem” o Mikhail Gorbachev? Ou
seria o alcoólatra Boris Yeltsin? E ainda vale perguntar, seria esse novo homem,
o antigo agente da KGB, o senhor Vladimir Putin? Ou seriam os mafiosos russos,
bem organizados em torno do crime, os ditos “novos homens”?
Por tudo que vemos e
constatamos, a cultura stalinista formulou vários discursos, baseados em descaradas
mentiras e fantasias e elas foram eficazes para a sobrevida de um capitalismo
exaurido. As tagarelices emanadas de Moscou & Cia se prestaram a criar uma
esquerda desfigurada, empobrecida, indigente. O discurso do “novo homem”
mostrou-se, como tantos outros proferidos pelo stalinismo, uma verdadeira
falácia e isso é necessário que seja denunciado e, a partir da denúncia, que se
procure construir uma cultura anticapitalista desprovida de fanfarronices,
mentiras e lendas.
A URSS não poderia criar um
novo homem, na medida em que ali se processou a construção do capitalismo de Estado,
obra de alto custo social efetivada sobre os cadáveres de milhões de pessoas.
Isso para não falarmos das profundas agressões ao meio ambiente, tudo isso em
nome do comunismo que se tornou uma palavra enlameada, imprópria a um bom uso.
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