Tomando-se
conhecimento da história do movimento socialista no Brasil, vamos encontrar a
participação de figuras dotadas de extrema determinação. A começar pelos
anarquistas que se fizeram presentes no início da organização política dos
trabalhadores, fundando sindicatos e jornais operários. Além de organizar e
dirigir vários movimentos grevistas, esses anarquistas, vindos, em maior parte
como imigrantes europeus, deram fartos exemplos de abnegação e sobretudo, de
consciência anticapitalista.
Em
decorrência da Revolução Russa, em 1917, surgiu aqui uma nova literatura
socialista, então chamada de marxismo. Parte dos militantes anarquistas
procurou conhecer as obras de Marx, Engels, Lênin, Rosa Luxemburgo, Trotsky,
tidos naquela ocasião, como expoentes desse novo pensar político.
Alguns
desses anarquistas aderiram ao marxismo e fundaram uma revista chamada “Movimento Comunista” e, posteriormente,
isto é, em 1922, fundaram o Partido Comunista do Brasil, cujo perfil era o
anticapitalismo. O caráter marxista desse partido, era bastante precário e, mal
haviam se afastado do anarquismo, e já, em 1928, foi imposta por Moscou, uma
política que se distanciava do anticapitalismo, tanto na teoria quanto nos
métodos, assumindo uma postura nacional reformista.
O
recém-nascido PC do Brasil, afastava-se do socialismo para empunhar uma “nova
teoria” da revolução brasileira, calcada no binômio: país dependente e dotado de restos feudais. A partir dessa
premissa, a revolução no Brasil dar-se-ia através de duas etapas: a etapa democrática
burguesa que promoveria a libertação nacional e levaria a cabo um elenco de
reformas, destacando-se a reforma agrária, como medida para expurgar os
presumido “restos feudais”.
Consumada
a primeira etapa, poder-se-ia passar para a revolução socialista. Tratava-se de
uma formulação desprovida de fundamentos, entretanto, muitas pessoas, aderiram
de corpo e alma a esse pensamento político e se dispuseram a oferecer o melhor
de suas vidas para consecução desses objetivos. O PCdoB converteu-se em um
partido nacional reformista e, apesar do equívoco, conseguiu atrair bravos e
devotados militantes.
Assim,
foi que figuras, dentre outras, como Mário Alves, Joaquim Ferreira, Davi
Capistrano, Apolônio Carvalho, e o bravo dos bravos Carlos Marighela, se
imolaram em nome do mais profundo, porém imperceptível para eles, equívoco.
Foram soldados convictos a serviço dos interesses de Moscou que não eram, desde
muito, os interesses da revolução socialista.
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