A sobrevivência de um capitalismo
exaurido, deve-se à combinação de duas forças políticas. A primeira é a direita
explícita, aquela que assume publicamente a defesa da ordem sócioeconômica
vigente. Ela trabalha às claras, revela os seus propósitos. A outra direita é
travestida de esquerda e floresceu com a derrota do socialismo em escala
mundial no século passado.
A Revolução Russa foi derrotada e
sobre suas ruínas foi erigido o capitalismo de Estado e isso se deu sob a
bandeira do comunismo. A URSS, convertida em capitalismo de Estado, passou a
ter seus próprios interesses. Para defendê-los tornava-se necessário a revogação
dos princípios do socialismo. A primeira atitude foi a elaboração da tese da “construção
do socialismo em um só país”. Esse estupro, político e ideológico, serviu de
base teórica para nomear a URSS como a “pátria” do comunismo e colocar a defesa
dessa pátria como tarefa primordial.
Assim, ao invés de se ter como tarefa
o avanço da revolução mundial, teve-se, como prioridade, a defesa, a qualquer
custo, desse novo Estado. Continuando os estupros, foi substituído o principio
da luta de classes para se assumir como contradição central, a luta: nação
opressora versus nação oprimida. Para atingir tão vil projeto a Terceira
Internacional, criada para alavancar a revolução mundial, foi convertida em
instrumento a serviço dos russos. Os partidos “comunistas” tornaram-se filiais
dos soviéticos.
A essência política dessa nova direita,
consistia em propugnar o congelamento da história. Pretendiam um mundo dividido
em áreas de influência, pactuando uma convivência pacifica. Por conta desses
fatos, consolidou-se uma força contrarrevolucionária usando o carimbo de “marxista-leninista”
e rotulando-se socialistas ou comunistas.
Por conta dessas ocorrências, explica-se
como o capitalismo exaurido, em permanentes crises econômicas e financeiras, mantém
a sua hegemonia política inabalável. Sem preconceitos, sem raivosidades
próprias dos beatos, precisamos refletir sobre essas questões.
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