quarta-feira, 31 de julho de 2013

Extremo ridículo

A “esquerda” de matriz stalinista, pratica um extremo ridículo. Dentre muitos, destaca-se o de imputar ao inimigo a razão de nossas derrotas. Essa postura atropela um principio comezinho, qual seja, inimigos não traem, inimigos cumprem o seu papel de ser inimigos.
No Brasil, quando falam sobre o golpe de 1964, dizem que os golpistas conspiraram, atropelaram a legalidade, rasgaram a constituição e assim, são culpados de interromper a nossa pacífica caminhada para o socialismo. Não dizem que essa “esquerda” pregou a ideia de que seria possível conquistar a superação do capitalismo, através de conquistas graduais e pacificas. Não dizem que difundiam o discurso de que o “nosso exército” era democrático e popular, e não haveria de interromper a nossa marcha. Diziam que, para garantir o sucesso da caminhada, existia um “dispositivo militar” comandado pelo “companheiro” general Assis Brasil e que, se a direita ousasse disparar um tiro, seria prontamente esmagada.
Deixam de dizer, portanto, que a burguesia cumpriu o seu papel em resguardar os interesses do capitalismo e que, a pretensa esquerda, desarmou as massas populares, fazendo-as acreditar no discurso vesgo de Moscou, que só contribuía para o êxito da política de sustentação da ordem vigente.
No capítulo, o inimigo é o responsável, dizia-se, num surto de nacionalismo: “o golpe nasceu em Washington”, como se não fosse dever político deles, defender a todo custo, os seus interesses além fronteiras. Diziam que os ianques deslocaram uma esquadra naval, pronta para intervir no Brasil “desrespeitando a soberania nacional” e isso é ridículo.
Anos depois, as Forças Armadas norte americanas desembarcaram no Vietnã e lá intervieram de forma brutal através da presença de suas tropas que chegaram a somar a cifra de 800 mil militares e, assim mesmo, foram derrotados, provando que o que decide numa guerra não é, simplesmente, a natureza das armas e sim a natureza da guerra.

É impiedosamente trágico e ridículo se ter uma estratégia que necessite, para o seu sucesso, da colaboração do inimigo.

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