segunda-feira, 12 de agosto de 2013

História que se conta



            Na verdade, na vigência do stalinismo em sua fase mais cruel, havia muitas histórias que eram sussurradas nos meios políticos e até nos recônditos dos lares. Dentre elas, queremos fazer alusão a uma. Dizia-se que, Krupskaia, companheira de Lênin, tornou-se muito incomodada com as atitudes de Joseph Stálin e das posições por ele levantadas, em nome do próprio Lênin, já falecido. Diante das atitudes de Krupskaia, conta-se que Stálin, na sua rudeza, dirigiu-se a ela dizendo: “Não pense que você por usar a mesma bacia sanitária de Lênin, tem poderes maiores que os nossos. Caso você insista em sua conduta, vai aparecer uma amante de Vladimir.”        A essa colocação retrucou Krupskaia: “Lênin nunca teve amante, então, isso não pode...”  A essa objeção Joseph Stálin teria dito: “Pode sim, pois o partido pode tudo.”
            Essa imagem de partido todo poderoso e infalível, tornou-se, com a Terceira Internacional Comunista, uma marca universal. Perdeu-se o conceito marxista de partido, enquanto instrumento da proposta socialista, para alçá-lo à condição de autoridade suprema. Ora, supremo deve ser o projeto, a proposta, e nunca o instrumento.
            Essa inversão de valores da qual não escapou o sr. Leon Trotski, causou e tem causado insanáveis distorções. O velho partido comunista, criado sob a inspiração da Revolução Russa, tomou outros rumos, descaracterizou-se, na medida em que deixou de ser instrumento da revolução socialista para se converter em instrumento a serviço da burocracia soviética.

            A postulação socialista, calcada na luta de classes, foi substituída por uma presumida contradição: nações opressoras versus nações oprimidas. Dessa forma, a Terceira Internacional tornou-se social patriota, e o partido comunista e seus assemelhados, enveredaram pela capitulação ideológica. Diante disso, uma grande massa de seguidores acríticos do partido, julgando-o infalível, acompanhou essa distorção, e daí passamos a colecionar sucessivas derrotas que explicam o fato, de hoje, o capitalismo imperialista exaurido, gozar de ampla hegemonia política. Daí, ser de bom grado, repudiar a idéia do partido infalível e vê-lo apenas como instrumento subalterno que pode e deve ser descartado quando não se prestar aos fins almejados.

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