sexta-feira, 9 de agosto de 2013

“Imprensa golpista”



O PT e o PCdoB, denunciam a “imprensa golpista”, isso porque a imprensa, sob o controle do capital, tem feito denúncias de corrupção e má conduta, de militantes dos partidos citados. Além do mensalão, a “imprensa golpista” denunciou o caso de Santo André; o do Toinho do PT, em Campinas; a “máfia das ambulâncias”; as trapalhadas dos “aloprados”; as irregularidades no Ministério dos Esportes; as improbidades no BNB... Agora essa “imprensa golpista” vem denunciar as maracutaias nas licitações para construção e manutenção de metrôs e trens no estado de São Paulo governado pelos tucanos.
Parece-nos que, se não fosse essa imprensa, não nos daríamos conta dos criminosos desmatamentos da Amazônia; do sucateamento da rede pública de saúde; da precariedade na educação; do crescimento devastador das drogas; e de tantas mazelas e crimes perpetrados, por esse sistema exaurido, que recebe o nome de capitalismo.
Na verdade, é inquestionável que a chamada grande imprensa, posta-se, em última instância, como instrumento político e ideológico de sustentação da ordem capitalista, entretanto, não podemos desconhecer que a liberdade de imprensa, o livre debate que ela possa permitir, é uma conquista da humanidade como são conquistas o voto universal e secreto, o direito de ir e vir, o direito das minorias e tantas outras trazidas no bojo da Revolução burguesa, particularmente as acontecidas nos EUA e na França de 1789.
É bom ressaltar, em resposta aos hipócritas ou desavisados, que essa imprensa burguesa acolheu e pagou artigos subscritos por Karl Marx, como foi o caso do jornal The New York Times.
Fala-se contra a imprensa burguesa, muito justo, mas onde anda a imprensa proletária? Seriam as mídias dos sindicatos e das centrais de trabalhadores e de estudantes, portadores dessa imprensa proletária? Ou seriam alguns jornais de partidos e movimentos de matriz stalinista que desconhecem o direito das minorias divergentes ou melhor, desconhece o próprio direito de divergir?

Sejamos responsáveis, não procuremos opor à imprensa burguesa tida como golpista, mecanismos de controle que assegurem a prática de uma abominável censura. Procuremos, sim, construir uma imprensa proletária que seja, fundamentalmente, democrática. Deve ser essa a nossa bandeira, o nosso propósito.

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