Alguns
“marxistas-leninistas” não se cansam em denunciar a imprensa burguesa. Ora,
essa denúncia devia estar ligada a existência de uma imprensa proletária, a serviço
dos interesses históricos dessa classe. O que observamos, porém, é o fato de
não existir essa imprensa.
Houve
uma imprensa proletária no final do séc. XIX e começo do séc. XX feita e dirigida pelos anarquistas e, num
curto período, pelos comunistas. Entretanto, após o VI Congresso da Terceira
Internacional, em 1928, o PC do Brasil reformulou sua política, abandonando o
socialismo, para empunhar a bandeira do nacional-reformismo. Nesse momento foi
selada a sorte da imprensa proletária, e se muito ruim foi a nova política do
PCdoB, o processo de empobrecimento e degradação só veio aumentar, desde 1928
para cá.
Pretender
que os sindicatos fazem uma imprensa proletária é um absurdo. A mídia sindical
transita nos limites do trabalhismo, quando não é governista. Restaria recorrer
à imprensa dos partidos e movimentos “marxistas-leninistas”. Aí, para nosso
pesar, registra-se a capitulação política e a difusão de mitos, lendas e
mentiras, numa clara negação do que poderia ser uma imprensa a serviço dos
interesses históricos dos trabalhadores.
O
nacionalismo, o reformismo são as marcas presentes na imprensa dos “marxistas-leninistas”.
Nos “marxistas-leninistas-trotskistas”, encontramos a negação do livre debate.
Partidos e movimentos trotskistas, se esmeram por ser fiéis às resoluções do X
Congresso do PC Russo, de 1921 e, dessa forma, praticam o ultracentralismo, o
monolitismo, o conceito de “povo eleito de Deus”, quando os infiéis devem ser
excluídos. Ao invés de uma imprensa capaz de servir aos interesses do
proletariado, o que se observa nessas publicações, é a negação de uma postura
democrática e revolucionária.
Dessa
forma, reafirmamos não existir nenhuma imprensa proletária. É indiscutível a
necessidade de criá-la e o princípio maior de uma imprensa dessa natureza é o
livre debate, pois só através dele, poderemos recompor os princípios do
socialismo, distorcidos por obra do stalinismo, nas suas mais diversas feições.
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