Negros matam negros
Vimos, no Quênia, negros perpetrarem
uma ação assassina contra brancos e negros, em represália a uma ação dos negros
queneneanos no sul da Somália, em que negros trucidaram negros. A África, ontem
e hoje, está cheia de casos em que negros torturam e matam outros negros. Aliás,
episódios desse tipo não se restringem ao continente africano. No Haiti, por ocasião
da ditadura do negro Duvalier, “o papa doc”, houve um governo sanguinário contra
uma população negra e crioula. Ressalte-se ainda o fato de que a polícia
política haitiana, chamada de Tonton Macoute, era formada por negros e exercia
uma repressão fascista sobre os demais.
Esses fatos servem para desautorizar a
insistência de setores “marxistas-leninistas” em organizar seus partidos e
movimentos, através de setoriais, como o setorial do movimento negro. Ora, a
questão racial não tem a mesma natureza que tem as diferenças de classes e
camadas sociais. Basta atentarmos para o fato de que amarelos reprimem,
torturam e matam outros amarelos, tal qual acontece com negros e brancos. Não há,
pois, como imaginar que a questão racial esteja acima da luta de classes. Em
sendo assim, a questão central está na divisão da sociedade em classes e
camadas sociais e é esse fato que deve definir os rumos da nossa atividade
política.
A política setorial comete crassos
erros como é o caso da homossexualidade, quando se desconhece que homossexuais podem
ser pobres, ricos, classe média, negros, amarelos ou brancos. Mais grave ainda,
homossexuais podem ser alienados, informados, progressistas, reformistas e
mesmo nazifascistas como foram vários oficiais de Hitler.
Os setoriais, vale insistir, se prestam a
desfocar a luta e, além do mais, distorcer conceitos, pois, como já ressaltamos
raça, opção sexual, gênero, juventude traspassam as barreiras que separam a
sociedade de classes.
É evidente que os socialistas devem repudiar qualquer forma de
preconceito que se preste a martirizar a vida de negros, amarelos, brancos, homossexuais,
mulheres... Refutamos, entretanto, a prática de nos distanciar da questão
central. Ela deve ter, claramente, um caráter anticapitalista.
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