segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A MISÉRIA ASSISTIDA



A MISÉRIA ASSISTIDA

            Há uma diferença abismal entre marxistas e cristãos, diante da pobreza e da miséria. Enquanto os cristãos buscam administrar a miséria promovendo campanhas assistencialistas que tornem a vida dos deserdados menos cruel, os marxistas têm como proposta a erradicação da pobreza e da miséria atacando a causa. Os cristãos, por mais de dois milênios, levam a cabo várias campanhas do tipo: a sopinha dos pobres, cobertor para os desvalidos diante do impiedoso frio, albergue para os desamparados e outras iniciativas do gênero que, se servem para minorar o sofrimento imediato de uma pequena parcela da população carente, servem muito mais para assegurar às almas caridosas, uma compensação na “vida eterna”.
            Os gestos caridosos dos cristãos têm permitido que alguns deles galguem a posição de santos no reino celestial, numa prova concreta de que investir na miséria, torna-se pelo prisma religioso, um bom investimento para quem o pratica. Enquanto isso, os marxistas preocupam-se com a desconstrução do sistema capitalista como causa da pobreza e da miséria. Mas eles, os marxistas, não pretendem salvar o povo de suas agruras e, ao invés de sopas, cobertores, albergues, preferem ministrar doses maciças de conscientização, pois entendem que a humanidade só pode se livrar das chagas sociais que se abatem sobre a pobreza e a miséria, quando a massa de explorados e oprimidos tomar consciência de que seus sofrimentos só podem ser abolidos a partir da ação libertadora dos próprios explorados.
            “A obra de libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores” ou não haverá libertação. A postura do petismo e de outros demagogos, vai no sentido de buscar administrar a pobreza e a miséria e dela tirar dividendos políticos, como é o caso da campanha Bolsa Família. Daí, a indecente colocação dos candidatos petistas que se propõem, demagogicante,” cuidar do povo como Lula ensinou”. Isso é sumamente imoral, e é assustador que essa posição política, de caráter demagógico e paternalista,  seja assumida por pessoas que no passado recente se reivindicavam socialistas revolucionários.
             Essas questões, e tantas outras têm que ser refletidas sob pena de nos afundarmos, como tem acontecido diante do discurso falacioso verbalizado pela esquerda direitosa tão bem representada pelos partidos PT-PCdoB-PSB.


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