quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"Brasil, um país de todos"



“Brasil, um país de todos”

           Em uma das propagandas do então governo Lula estava dito: “Brasil, país de todos”. Trata-se de um discurso secular. A burguesia planta em nossas cabeças que o país é de todos e que devemos nos empenhar em defendê-lo. Como pode o Brasil ser um país de todos, quando as terras, as fábricas, as minas, os bancos, o comércio pertencem a um punhado de pessoas? Quanto ao povão, só resta a força de trabalho para vendê-la a baixos preços, em troca de salários, isso quando consegue ter emprego.
            O discurso burguês não passa de uma deslavada mentira e dele tiram proveito os verdadeiros donos do Brasil. Tal discurso deveria ser denunciado pela esquerda. Falta-nos, porém, uma esquerda de verdade. O que temos, é uma esquerda desfigurada pelos anos de dominação do stalinismo. É essa esquerda direitosa, que dá sustentação ao sistema capitalista.
            No Brasil, como no mundo, a burguesia voa, politicamente, em céus de brigadeiro. Aqui, certa esquerda, gerencia, com excelentes resultados, o capitalismo. Com o Bolsa Família administra a miséria, atenuando seus aspectos mais agudos. Através do sindicalismo chapa branca controla os trabalhadores insatisfeitos.  Enquanto isso, a grande burguesia, especialmente os banqueiros, retiram lucros nunca dantes imaginados. Essa é a nossa realidade e ela reserva para os ricos a parte do leão. Enquanto isso o mundo, incluindo o “Brasil de todos”, caminha para a tragédia total dado o caráter destruidor de um capitalismo esgotado, cuja permanência deve-se à indiscutível competência dos seus políticos e ao papel que jogam, ontem e hoje, os nacionais-reformistas, como linha auxiliar do próprio sistema.
            Só existe, portanto, uma saída, a construção de uma outra esquerda, de uma esquerda claramente anticapitalista e desfeita dos equívocos e vícios de inspiração stalinista. Uma outra esquerda que denuncie as falcatruas burguesas que nos impingem essa lorota de “Brasil, um país de todos”, quando sabemos que aos ricos cabem os favores e aos pobres os sacrifícios mais desumanos. Pobres, quando roubam, vão para a cadeia e os ricos lhes são dados até os “embargos infringentes”.

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