segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mídia. Entenda-se


Mídia. Entenda-se

          Na comunicação social, tem-se uma mensagem que queremos vê-la chegar ao conjunto da população ou parte dela. Para atingir esse objetivo é preciso que existam os meios de levar essa mensagem pretendida. São justamente esses meios que chamamos de mídias. Vejamos um exemplo: a igreja católica tinha como mensagem, há muitos anos passados, que a Terra Santa, onde nascera e morrera Jesus, estava sendo profanada pelos muçulmanos e, então, fazia-se necessário que os cristãos se mobilizassem para expulsar os infiéis daquele lugar.
          Não existia rádio e televisão, ou seja, não existiam os meios eletrônicos de comunicação. Existiam, para os cristãos, os sinos, as tochas ou velas, e os sermões feitos pelos padres. Apesar das limitações dessas mídias, a Igreja Católica conseguiu reunir milhares e milhares de pessoas, para promover grandes marchas em busca da libertação da “terra sagrada”.
           Vê-se que mídia é meio e somente isso. As mídias eletrônicas dos tempos atuais, sob o controle da burguesia, fazem uso desses meios para levar o seu discurso, ou seja a mensagem que lhe interessa. Isso implica em dizer que a mídia eletrônica e mesmo a escrita, regra geral, está a serviço da manutenção do sistema capitalista. Resta aos anticapitalistas, construir mídias, ou meios, para levar uma mensagem que denuncie o caráter cruel do sistema burguês e propague um discurso de nossa libertação dos grilhões desse sistema.
          Todos nós dispomos, pelo menos, de uma mídia que é a nossa boca e os nossos gestos. Além dessa mídia tão própria de cada um, há associações de bairro, os sindicatos de trabalhadores, mandatos de natureza anticapitalista, que podem viabilizar, jornais, rádios comunitárias, redes sociais via internet, para consumar o nosso intento de semear a mensagem que nos interessa. Cremos que definimos com clareza o que é mídia e assim sendo, estamos esclarecendo o seu verdadeiro conteúdo e refutando a idéia corrente de que mídia é tão somente, rádio, televisão, revistas e jornais de grande circulação.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Negros matam negros



Negros matam negros

Vimos, no Quênia, negros perpetrarem uma ação assassina contra brancos e negros, em represália a uma ação dos negros queneneanos no sul da Somália, em que negros trucidaram negros. A África, ontem e hoje, está cheia de casos em que negros torturam e matam outros negros. Aliás, episódios desse tipo não se restringem ao continente africano. No Haiti, por ocasião da ditadura do negro Duvalier, “o papa doc”, houve um governo sanguinário contra uma população negra e crioula. Ressalte-se ainda o fato de que a polícia política haitiana, chamada de Tonton Macoute, era formada por negros e exercia uma repressão fascista sobre os demais.
 Esses fatos servem para desautorizar a insistência de setores “marxistas-leninistas” em organizar seus partidos e movimentos, através de setoriais, como o setorial do movimento negro. Ora, a questão racial não tem a mesma natureza que tem as diferenças de classes e camadas sociais. Basta atentarmos para o fato de que amarelos reprimem, torturam e matam outros amarelos, tal qual acontece com negros e brancos. Não há, pois, como imaginar que a questão racial esteja acima da luta de classes. Em sendo assim, a questão central está na divisão da sociedade em classes e camadas sociais e é esse fato que deve definir os rumos da nossa atividade política.
A política setorial comete crassos erros como é o caso da homossexualidade, quando se desconhece que homossexuais podem ser pobres, ricos, classe média, negros, amarelos ou brancos. Mais grave ainda, homossexuais podem ser alienados, informados, progressistas, reformistas e mesmo nazifascistas como foram vários oficiais de Hitler.
 Os setoriais, vale insistir, se prestam a desfocar a luta e, além do mais, distorcer conceitos, pois, como já ressaltamos raça, opção sexual, gênero, juventude traspassam as barreiras que separam a sociedade de classes.
            É evidente que os socialistas devem repudiar qualquer forma de preconceito que se preste a martirizar a vida de negros, amarelos, brancos, homossexuais, mulheres... Refutamos, entretanto, a prática de nos distanciar da questão central. Ela deve ter, claramente, um caráter anticapitalista.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mudar o motorista?



Mudar o motorista?


O carro era novo. Nele, tudo funcionava muito bem. Bom sistema elétrico, os freios atendiam com toda rapidez e o motor era possante. Passaram-se os anos e o carro foi se tornando velho, desgastado. Hoje, vive “dando o prego”. É prego no sistema de freios, no câmbio, na embreagem e até o robusto motor já não responde com a mesma força que tinha.

Pois bem, apesar do problema ser do carro, insistem em dizer que temos uma crise de motoristas, e assim, a cada prego, dizem: É preciso mudar o motorista. Não se fala no principal. Não se diz que é necessário trocar o carro, pois ele está imprestável e não cabe mais remendos. É claro que um motorista mais competente e habilidoso, poderá conduzir o velho carro entre uma bronca e outra. As broncas só aumentam, mas insistem em gritar: FORA O MOTORISTA!

Situação semelhante se dar na política. Temos um problema central que é um sistema sócio econômico esgotado, como provam as seguidas crises financeiras. Pouquíssima gente, no entanto enxerga essa realidade, preferindo pensar que as desgraças sociais são culpa dos governos. Trata-se de um pensamento que é bom para os ricos. Não denuncia o Capitalismo, não se diz que nele não há salvação, preferindo-se o falso discurso de que o problema é de governo, assim como dizem que o problema é do motorista e não enxergam que é do carro.

Quem faz esse jogo sujo? Em primeiro lugar a burguesia e seus políticos. Em seguida, vem a esquerda confusa e repete o mesmo discurso, dizendo: O capitalismo é bom, o que falta é honestidade e competência dos que governam. Isso é completamente falso, é como querer culpar o motorista e esconder que os defeitos são do carro. Precisamos desfazer essa mentira, de que o Capitalismo é bom e o que lhe falta são bons governos. Isso não é verdade. Precisamos jogar o velho carro na sucata e construir um carro novo: o SOCIALISMO.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

“BRASIL, PAÍS DE TODOS”



   
      Em uma das propagandas do então governo Lula estava dito: “Brasil, país de todos”. Trata-se de um discurso secular. A burguesia planta em nossas cabeças que o país é de todos e que devemos nos empenhar em defendê-lo. Como pode o Brasil ser um país de todos, quando as terras, as fábricas, as minas, os bancos, o comércio pertencem a um punhado de pessoas? Quanto ao povão, só resta a força de trabalho para vendê-la a baixos preços, em troca de salários, isso quando consegue ter emprego.
        O discurso burguês não passa de uma deslavada mentira e dele tiram proveito os verdadeiros donos do Brasil. Tal discurso deveria ser denunciado pela esquerda. Falta-nos, porém, uma esquerda de verdade. O que temos, é uma esquerda desfigurada pelos anos de dominação do stalinismo. É essa esquerda direitosa, que dá sustentação ao sistema capitalista.
         No Brasil, como no mundo, a burguesia voa, politicamente, em céus de brigadeiro. Aqui, certa esquerda, gerencia, com excelentes resultados, o capitalismo. Com o Bolsa Família administra a miséria, atenuando seus aspectos mais agudos. Através do sindicalismo chapa branca controla os trabalhadores insatisfeitos.  Enquanto isso, a grande burguesia, especialmente os banqueiros, retiram lucros nunca dantes imaginados. Essa é a nossa realidade e ela reserva para os ricos a parte do leão. Enquanto isso o mundo, incluindo o “Brasil de todos”, caminha para a tragédia total dado o caráter destruidor de um capitalismo esgotado, cuja permanência deve-se à indiscutível competência dos seus políticos e ao papel que jogam, ontem e hoje, os nacionais-reformistas, como linha auxiliar do próprio sistema.
          Só existe, portanto, uma saída, a construção de uma outra esquerda, de uma esquerda claramente anticapitalista e desfeita dos equívocos e vícios de inspiração stalinista. Uma outra esquerda que denuncie as falcatruas burguesas que nos impingem essa lorota de “Brasil, um país de todos”, quando sabemos que aos ricos cabem os favores e aos pobres os sacrifícios mais desumanos. Pobres, quando roubam, vão para a cadeia e os ricos lhes são dados até os “embargos infringentes”.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Assessoria




O PT nasceu, fundamentalmente, da luta contra o peleguismo. Batalhas foram travadas na sua construção. Paralelamente, construiu-se a CUT. Parecia que estavam criados os instrumentos para uma luta anticapitalista. Entretanto, os anos de hegemonia stalinista produziram uma esquerda sem a necessária formação teórica. Diante desses limites prosperaram no seio do PT, graves desvios.
Vieram as primeiras vitórias eleitorais em âmbito municipal, destacando-se a eleição de Luiza Erundina, a prefeita de São Paulo. Junto a essas vitorias, deram- se as primeiras denúncias de improbidades, ressaltando-se os casos de Santo André com o assassinato de Celso Daniel e episódios turvos em relação à prefeitura de São José dos Campos, assim como a morte de Toinho do PT, em Campinas.
 O PT se propôs a chegar ao planalto a qualquer custo e, para tanto, redigiu a famosa “Carta ao POVO Brasileiro” em que deixava clara a sua capitulação. Estabelecendo uma aliança capital/trabalho, Lula/José Alencar, e levantando a bandeira do “modo PT de governar”, logrou a vitória e cumpriu todas as promessas feitas ao grande capital: assegurou lucros para a burguesia e a tranquilidade social, através do engessamento das centrais sindicais e estudantis.
 PT no governo veio a público o escândalo do “mensalão”. Alguns dos envolvidos tiveram que se afastar. Mas, o intrigante desse episodio, é que os grandes lideres, afastados do governo, dedicaram-se à tarefa de assessores. Antonio Paloce converteu-se em hábil mediador de negócios, acumulando uma fortuna de “vinte milhões de reais” prestando assessoria a grandes empresas. O sr. Dirceu tornou-se freqüentador de requintados restaurantes, por conta dos seus vultosos ganhos como assessor.   Lula da Silva, após deixar a Presidência, tem se empenhado em assessorar grandes empreiteiras em seus negócios na America Latina, na África, ou onde quer que seja. Luiz Gushiken, recém falecido, afastou-se do planalto para se dedicar ao trabalho de assessoria, não aos sindicatos, mesmo sendo um sindicalista, mas, aos interessados nos negócios dos Fundos de Pensão.
 A CUT ficou reduzida a um novo peleguismo, e os sindicatos, regra geral, foram transformados em agências burocráticas a serviço da ordem sócioeconômica vigente. Por conta de tão eficazes assessorias eles têm merecidos generosos ganhos.