quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Aliviar a Miséria



Aliviar a Miséria

A imprensa mundial destacou uma fala do santíssimo Papa Francisco, em que ele clamava pela urgente necessidade de “aliviar a miséria”. É justamente nesse ponto que fica bastante clara a quilométrica diferença entre a doutrina social da igreja e a posição dos socialistas, particularmente dos marxistas.

            Aliás, a Santa Madre Igreja Católica, só se colocou diante dos problemas sociais depois que os socialistas formularam seus discursos, objetivando a conquista da igualdade social e, por conseguinte, objetivando a construção de uma sociedade dotada de justiça e paz no mundo.

            Com a encíclica “A Rerum Novarum”, o Papa Leão XIII expôs uma doutrina da igreja, voltada para a questão social, como resposta às proposições socialistas, sobretudo em relação à pobreza e à miséria. Mas, devemos observar que, enquanto os socialistas propunham a abolição das desigualdades sociais, o cristianismo se dispunha a “aliviar a miséria”, ministrando campanhas de caridade, prontas a fornecer uma sopinha aqui, um abrigo ali, um socorro médico a uns poucos e, assim por diante, sempre administrando as chagas sociais, sem se propor a situar a causa dessas mazelas e, a partir disso, tentar bani-las da face da terra.

            A prática da caridade cristã, segundo o credo, proporcionaria, ao caridoso, a vantagem de ser compensado, afinal, “quem dá aos pobres, empresta a Deus”. Entretanto, o resultado final de toda essa prática cristã não poderia deixar de ser outra, senão a permanência cruel da injustiça, enquanto os socialistas se empenham, como já dissemos, em abolir a miséria e não tentar apenas aliviá-la, sobre o frágil argumento de que “quem tem fome tem pressa”.

            Essas profunda diferença de abordagem e de agir perante o mundo, não impede, porém, que socialistas e cristãos marchem juntos na luta diária e histórica contra as perversões produzidas, fartamente, pela sociedade capitalista de ontem e de hoje. Essa aliança, entre pessoas desses credos, é de suma importância para os destinos da humanidade, e não é justo que a religião seja usada para manutenção desse sistema socioeconômico, que só produz injustiças e é a verdadeira fonte dos “pecados” que nos assaltam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário