segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

“Brasil - um país de todos”

“Brasil - um país de todos”

Estávamos diante da televisão quando se repetiu, pela milésima vez, o slogan do governo Lula: “Brasil um país de todos”. A compositora e sambista Adelitta Monteiro não conseguiu conter a sua indignação. Disse ela na ocasião: “é muito descaramento, é muito cinismo dizer que o Brasil é de todos. Ora, de quem são as terras do Brasil? De quem são os bancos endinheirados? De quem é o agronegócio? De quem é o grande comércio? De quem são as minas e os minérios senão da burguesia fartamente enriquecida? Para a grande maioria, mais das vezes, não resta nada além de uns palmos de terra que um dia lhe servirão de removível sepultura e ainda têm a desfarçatez de proclamar que esse Brasil, cantado em prosa e versos, nos pertence.”

Isso é fazer a massa de trabalhadores, estudantes e donas de casa de idiota. Isso mesmo. Desde cedo a velha burguesia, usando os mais diversos instrumentos, trata de nos transformar em idiotas políticos para assim poder perpetuar seus privilégios.

Sendo assim, cabe-nos um só caminho: desfazermo-nos das ilusões, das mentiras tão bem plantadas em nossas cabeças. Temos que abrir os olhos, e nos tornar gente consciente e, isso significa enxergar que esse imenso Brasil, “a pátria amada”, tem seus donos e que não passamos de despossuídos. É bem verdade que alguns milhões de deserdados recebem migalhas através de campanhas compensatórias - tipo “Bolsa Família”, que serve muito bem para evitar tensões sociais e comprar o apoio dos desvalidos.


Não tínhamos como discordar da nossa querida compositora e sambista cuja indignação motivava-a compor mais uma de suas peças de samba que havemos de vê-la cantar para afugentar a desinformação e o deboche que eles não têm nenhum pejo em exercitar. Somente e tão somente, quando o povo trabalhador, o letrado ou iletrado, quebrar as amarras da alienação e se transformar em uma massa de gente consciente é que podemos dar uma virada histórica e proclamar: “Brasil, um país de quem trabalha” inserido num mundo de iguais, de justiça e paz.  

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