sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os Pacifistas II



Os Pacifistas II

            Não há, de nossa parte, a intenção de promover uma apologia da violência. Precisamos, entretanto, fazer uma reflexão séria quanto à paz. Mas, antes, falemos da violência.
            Na sociedade dividida em classes e camadas sociais existe a violência da opressão. Esse fato torna legítimo que exista a violência da libertação, e ela fornece respaldo moral às insurreições de caráter libertador. Propor a luta pela paz, sem atentar para as causas da violência, é pura fantasia.
Quantas jornadas pela paz, quantas revoadas de pombas brancas, quantas orações de louvores foram praticadas, com o objetivo de suprimir a violência? Essas ações pacifistas são dotadas de ilusões, coisas descoladas da perversidade própria da desigualdade social, que produz as injustiças. Já houve quem nos chamasse a atenção para o fato de que os pacifistas tendem a morrer sob o cutelo da mais brutal violência. Jesus, pregoeiro da paz, foi alvo da tortura e do assassinato impiedoso. Gandhi, outro expoente da pregação pacifista, também foi assassinado. Luther King teve o mesmo destino. John Lennon, com sua pacífica guitarra, não escapou da sanha impiedosa da violência. Enquanto isso, Alexandre, Napoleão e outros destacados guerreiros morreram, pacificamente, em seus leitos.
            Feitas essas colocações, que merecem nossa atenção, é oportuno dizer que não haveremos de construir um mundo de paz, caso continuemos alimentando ilusões e fantasias. Precisamos ir ao cerne da questão. As mentiras só servem para dar sustentação à ordem socioeconômica vigente, ao capitalismo. Só a verdade pode nos trazer a libertação, por isso ela é tão perseguida, por isso ela tem pernas tão curtas, enquanto a mentira tem pernas longas e robustas.
            Essa realidade merece ser posta às claras. Não é lançando cortinas de fumaça que haveremos de superar o quadro de barbárie que hoje vivemos, quando se multiplicam as mazelas sociais em escala cada vez mais crescente. É necessário enxergar a verdade por inteiro, sem truques e sem deslavados embustes.

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