segunda-feira, 12 de maio de 2014

Limites



Limites

                        A autoproclamada esquerda “marxista-leninista” e “marxista-leninista-trotskista” é a grande responsável pela sobrevivência do capitalismo. Com a vitória da contrarrevolução, a Terceira Internacional Comunista transformou-se em um instrumento a serviço dos interesses da URSS.
O trotskismo, como dissidência da Terceira Internacional, não soube se posicionar corretamente diante do quadro histórico que se colocava. Não soube, o trotskismo, reconhecer a derrota do movimento socialista e a consolidação da contrarrevolução, sobretudo na URSS.
O que aconteceu, então? A URSS autoproclamou-se a “pátria mãe do socialismo” e se propôs a levar a cabo uma política em que os interesses do capitalismo de Estado, na Rússia soviética, se sobrepusessem aos interesses da revolução socialista mundial. Para o êxito dessa proposta foi necessário que se promovesse um verdadeiro estupro político-ideológico quando o princípio da luta de classes foi substituído pelo pretenso “princípio” da contradição nação opressora versus nação oprimida. Em outras palavras, Moscou revogou a luta de classes e proporcionou um exacerbado crescimento do nacionalismo ou do social-patriotismo defendido antes pela Segunda Internacional degenerada.
Em função disso, houve um profundo empobrecimento do nível político dessa autoproclamada esquerda e o resultado final desse processo é a realidade que temos diante de nós, qual seja: a sobrevivência do capitalismo exaurido e a inexistência de um real movimento socialista de caráter revolucionário. Esse fato é contundente, é amplamente visível, mas o estado de empobrecimento da referida esquerda tem muitas nuances, levando a que, hoje, ela se encontre reduzida ao antiamericanismo e tão somente a isso.
As manifestações de atraso e de distorções são múltiplas e a força política que deveria ser o socialismo experimenta um momento agudo de derrota, enquanto segmentos prostram-se diante do “marxismo legal” e do glamour das academias, chegando a produzir a formação de grupos que não chegam a ultrapassar os limites de sua atuação à marcha da maconha, à marcha das vadias e das paradas gay, e isso não passa de subproduto da deformação a que o “stalinismo-trotskismo” nos levou.
Diante disso, cabe-nos dispensar um esforço hercúleo para que essa autoproclamada esquerda dê lugar a uma outra esquerda, depurada de tantos vícios e distorções que nos legaram a contrarrevolução em nome do “marxismo-leninismo” ou do “marxismo-leninismo-trotskismo”.

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