Limites
A
autoproclamada esquerda “marxista-leninista” e “marxista-leninista-trotskista”
é a grande responsável pela sobrevivência do capitalismo. Com a vitória da
contrarrevolução, a Terceira Internacional Comunista transformou-se em um
instrumento a serviço dos interesses da URSS.
O
trotskismo, como dissidência da Terceira Internacional, não soube se posicionar
corretamente diante do quadro histórico que se colocava. Não soube, o
trotskismo, reconhecer a derrota do movimento socialista e a consolidação da
contrarrevolução, sobretudo na URSS.
O
que aconteceu, então? A URSS autoproclamou-se a “pátria mãe do socialismo” e se
propôs a levar a cabo uma política em que os interesses do capitalismo de
Estado, na Rússia soviética, se sobrepusessem aos interesses da revolução
socialista mundial. Para o êxito dessa proposta foi necessário que se
promovesse um verdadeiro estupro político-ideológico quando o princípio da luta
de classes foi substituído pelo pretenso “princípio” da contradição nação
opressora versus nação oprimida. Em outras palavras, Moscou revogou a luta de
classes e proporcionou um exacerbado crescimento do nacionalismo ou do
social-patriotismo defendido antes pela Segunda Internacional degenerada.
Em
função disso, houve um profundo empobrecimento do nível político dessa
autoproclamada esquerda e o resultado final desse processo é a realidade que
temos diante de nós, qual seja: a sobrevivência do capitalismo exaurido e a
inexistência de um real movimento socialista de caráter revolucionário. Esse
fato é contundente, é amplamente visível, mas o estado de empobrecimento da
referida esquerda tem muitas nuances, levando a que, hoje, ela se encontre
reduzida ao antiamericanismo e tão somente a isso.
As
manifestações de atraso e de distorções são múltiplas e a força política que
deveria ser o socialismo experimenta um momento agudo de derrota, enquanto
segmentos prostram-se diante do “marxismo legal” e do glamour das academias,
chegando a produzir a formação de grupos que não chegam a ultrapassar os
limites de sua atuação à marcha da maconha, à marcha das vadias e das paradas
gay, e isso não passa de subproduto da deformação a que o
“stalinismo-trotskismo” nos levou.
Diante
disso, cabe-nos dispensar um esforço hercúleo para que essa autoproclamada
esquerda dê lugar a uma outra esquerda, depurada de tantos vícios e distorções
que nos legaram a contrarrevolução em nome do “marxismo-leninismo” ou do
“marxismo-leninismo-trotskismo”.
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