A
mentira do Cardeal
Devemos
ter em conta que uma mentira descarada e estapafúrdia, dita por um cardeal, tem
muito mais valor e credibilidade do que uma grande verdade dita pelo simples
sapateiro. Da mesma forma, uma mentira descabida, proferida por um douto
professor da Universidade de Frankfurt, tem milhões de vezes mais aceitação do
que uma verdade proferida por um simples pedreiro. Uma bravata fantasiosa, de
um destacado general de cinco estrelas, tem apoio bem maior do que uma verdade
dita por uma simples costureira. Um discurso enganoso, proferido por um
literato, sobrepõe-se à verdade de um mero motorista.
Tudo
isso se deve aos nossos preconceitos, e é justamente por conta desses
preconceitos e das lendas, fantasias e descaradas mentiras que esse sistema
capitalista se mantém de pé. Fosse descortinada a verdade, o aludido sistema
desmoronaria. Daí a necessidade que tem a burguesia exploradora em construir
uma cultura granítica fundada na desfaçatez, na enganação, na ilusão.
Cabe
a nós, socialistas, fazer todo empenho em desconstruir esse emaranhado de
mentiras e lendas, para que possamos enxergar a realidade e nos dar conta de
que a desigualdade e a injustiça devem ser varridas, para que possamos ter uma
outra sociedade, calcada na igualdade, na verdadeira fraternidade e na paz
social a que temos todos o direito. Vemos que a nossa tarefa, enquanto
socialistas revolucionários, que buscamos a transformação radical da sociedade,
exige muito empenho e tenacidade, pois as cabeças do nosso povo trabalhador,
dos nossos jovens, das donas de casa, estão possuídas de um sem número dessas
mentiras e ilusões.
Desmontar
o império da mentira que dá sustentação ao capitalismo, não é um trabalho tão
fácil assim, uma vez que os que cultuam a mentira, como, regra geral, os cardeais,
os pastores, os catedráticos, os literatos, e outras tantas pessoas influentes
e socialmente prestigiadas, têm muita credibilidade junto ao povo. Mesmo assim
não devemos abdicar da nossa tarefa de transformar o povo explorado e oprimido
em gente consciente, mesmo que para tanto nos sejam exigidos esforços e
sacrifícios, uma vez que a causa da libertação merece o nosso empenho urgente
nessa tarefa.
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