Caro
Ivan Barreto
Julgo que está havendo um mal
entendido. O eixo da crítica que faço ao sr. Leon Trotsky é de natureza
político-ideológica. Ele não soube admitir a derrota do movimento socialista e,
a partir de uma ótica estritamente idealista, do ponto de vista filosófico,
considerou a revolução traída e, não, derrotada, como seria o certo.
Em primeiro lugar, Ivan, a
revolução não foi derrotada estritamente na Rússia. A derrota teve caráter
mundial. Quando se parte de uma premissa incorreta, a tendência é se construir
todo um conjunto de argumentos equivocados, do tipo: revolução traída,
revolução desfigurada, estado operário burocratizado, revolução política
regeneradora, fase termidoriana da Revolução Russa e outros tantos equívocos
que servem de suporte ao que se veio chamar de trotskismo.
Não, Ivan, não existe nada de
pessoal. Já fiz referência a isso. Meu pai era de extrema direita, era
udenista, apoiou o golpe, mas era uma pessoa de boa fé, honesto, e eu nunca
deixei de amá-lo. Encontro pessoas em todos os credos, desde a Igreja Universal
aos mais diferentes agrupamentos, dotadas de extrema honestidade e boa fé.
Então, não procede a sua afirmação de que me prendo a questões de ordem moral.
Isso não.
Uma questão que se deve levar
em consideração é que Leon Trotsky e o trotskismo, além de uma postura
idealista (revolução traída), não se dispos e nem se dispõe a romper, peremptoriamente,
com as criminosas resoluções tomadas no X Congresso do PC Russo, em 1921. Essas
e tantas outras coisas merecem ser refletidas para o bem das causa socialista,
pois o que temos aí diante de nós é a hegemonia, quase absoluta, do capitalismo,
e não podemos fechar os olhos diante disso.
Abraços,
Gilvan Rocha
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