terça-feira, 3 de junho de 2014

Caro Ivan Barreto





Caro Ivan Barreto

                  Julgo que está havendo um mal entendido. O eixo da crítica que faço ao sr. Leon Trotsky é de natureza político-ideológica. Ele não soube admitir a derrota do movimento socialista e, a partir de uma ótica estritamente idealista, do ponto de vista filosófico, considerou a revolução traída e, não, derrotada, como seria o certo. 

                  Em primeiro lugar, Ivan, a revolução não foi derrotada estritamente na Rússia. A derrota teve caráter mundial. Quando se parte de uma premissa incorreta, a tendência é se construir todo um conjunto de argumentos equivocados, do tipo: revolução traída, revolução desfigurada, estado operário burocratizado, revolução política regeneradora, fase termidoriana da Revolução Russa e outros tantos equívocos que servem de suporte ao que se veio chamar de trotskismo.

                  Não, Ivan, não existe nada de pessoal. Já fiz referência a isso. Meu pai era de extrema direita, era udenista, apoiou o golpe, mas era uma pessoa de boa fé, honesto, e eu nunca deixei de amá-lo. Encontro pessoas em todos os credos, desde a Igreja Universal aos mais diferentes agrupamentos, dotadas de extrema honestidade e boa fé. Então, não procede a sua afirmação de que me prendo a questões de ordem moral. Isso não. 

                  Uma questão que se deve levar em consideração é que Leon Trotsky e o trotskismo, além de uma postura idealista (revolução traída), não se dispos e nem se dispõe a romper, peremptoriamente, com as criminosas resoluções tomadas no X Congresso do PC Russo, em 1921. Essas e tantas outras coisas merecem ser refletidas para o bem das causa socialista, pois o que temos aí diante de nós é a hegemonia, quase absoluta, do capitalismo, e não podemos fechar os olhos diante disso.

Abraços,

Gilvan Rocha

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