“Arco
de esquerda”
Quando da consolidação da
contrarrevolução na URSS, na década de XX do século passado, os dirigentes
desse processo usaram alguns truques e praticaram, sobejamente, a perversão da
verdade histórica. Primeiro, eles se apresentaram para o mundo como herdeiros
diretos da revolução de 1917. Ao lado disso, se assumiram como legítimos e
exclusivos representantes do povo e, assim, construíram uma terrível armadilha:
todo aquele que se opusesse aos senhores dirigentes da URSS e da Terceira
Internacional Comunista era apontado como inimigo do povo e agente do
imperialismo. Essa criminosa construção começou a se processar sob o patrocínio
dos grandes líderes revolucionários Lenin e Trotsky e se aprofundou com Josef
Stalin e seus asseclas. Usando desse tipo de expediente, vários foram os
revolucionários perseguidos, presos, torturados, executados... Uma das vítimas
mais notáveis desse proceder calunioso foi, justamente, o sr. Leon Trotsky, que
havia perseguido a Oposição Operária liderada por Alexandra Kollontai e caluniado
os insurgentes do Soviete de Kronstadt. Posteriormente, esse mesmo senhor teve
que provar do veneno que o mesmo ajudou a implantar.
Essa prática, de caráter
totalitário, excludente e, sobretudo, desonesto, passou a ser usada pelos
próprios trotskistas, de ontem e de hoje, sempre apoiados no argumento de que
seus partidos, grupos ou movimentos são os únicos representantes da “causa” e,
em nome disso, todos os pecados serão permitidos.
Hoje, no Brasil, o PT e o PC
do B, com a anuência de alguns outros agrupamentos que se dizem de esquerda,
divulgam uma terrível falsidade política. Dizem eles que existem dois projetos
políticos em disputa: um de direita, representado do pelo PSDB, DEM e PPS,
cujas figuras de destaque são Alckmin, José Serra, Roberto Freire, Fernando
Henrique, entre outros; do outro lado, estaria um “arco de esquerda” defendendo
um projeto “nacional desenvolvimentista” nos marcos do capitalismo. Curioso é
que esse “arco de esquerda” tem, como figuras políticas de peso, Lula, Dilma,
Sarney, Barbalho, Temer, Calheiros, Maluf, Collor de Melo e outros personagens
do mesmo naipe.
Construída essa farsa dos
dois projetos, parte-se para a velha prática de denunciar os que se opõem ao
“arco de esquerda” como direitistas, quando na verdade direitistas são os dois
agrupamentos, não só por se manterem nos marcos do capitalismo como por
compactuarem e praticarem o mais descarado fisiologismo. Na verdade, essa
construção nos colocaria diante da opção: PeTralhas versus tucanalhas. Devemos
repudiar essa armadilha.
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