“Grande
patriota”
O jornal “O POVO”, de
Fortaleza, divulgou uma notícia de que o vereador do PSOL, desta cidade, João
Alfredo, participou do féretro do grande guerreiro Plínio de Arruda Sampaio.
Sobre essa figura, ele teria dito: “Morreu um grande patriota”. Prefiro acreditar
que o jornalista tenha cometido um equívoco, pois João Alfredo conhece bem, e
muito bem, como toda esquerda “marxista–leninista” e “marxista–leninista–
trotskista”, a afirmação feita por Marx e Engels, em 1847/48, que “o proletariado não tem pátria”.
Essa assertiva foi
homologada pela Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) e se
transformou em um princípio universal. Não bastasse esse fato, temos repetido,
exaustivamente, que as terras da pátria são do patrão; que as indústrias da
pátria são do patrão; que as minas da pátria são do patrão; que os bancos da
pátria são do patrão; que o grande comércio da pátria é do patrão; ou seja, a
pátria é do patrão e é usada para esconder o caráter de classe da sociedade.
Defender a pátria é defender o patrão. Ser patriota é ser defensor dos
interesses da burguesia.
Repudiamos, portanto, essa
distorção de caráter nacionalista, quando os partidos, movimentos ou pessoas se
apresentam como legítimos patriotas, renegando o caráter internacionalista
próprio do socialismo revolucionário. Foi justamente a substituição do
princípio da contradição entre classe opressora e classe oprimida, por uma
falsa contradição entre nações opressoras versus nações oprimidas, que ensejou
o fortalecimento do capitalismo, na medida em que tirou de foco o caráter de
classe da sociedade.
O ponto mais grave do
rebaixamento teórico, promovido por essa colocação, tem sido justamente a
produção de um antiamericanismo exacerbado e inconsequente. O antiamericanismo
tem levado a situações extremamente extravagantes, quando uma certa esquerda
chega a nutrir simpatias pelo fundamentalismo fascista dos muçulmanos. É
verdade que pretendemos a derrota do imperialismo, mas a pretendemos através da
vitória do socialismo.
Diante dessas considerações,
preferimos ver o velho guerreiro Plínio como um ferrenho opositor do
capitalismo e jamais como um mero patriota tão ao gosto burguês.
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