quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cara limpa



Cara limpa

Diz um provérbio popular que “O pior inimigo é o falso amigo”. Com o inimigo temos os devidos cuidados, as devidas cautelas. Do “amigo” (falso) não temos como nos proteger e, então, não levantamos a guarda. 

Em função da correição desse raciocínio é que defendemos a posição de termos clareza da existência de uma direita explícita, de cara limpa, embora tenha o coração sujo. Esse inimigo da transformação social é facilmente identificável, em seus vários matizes. Por outro lado, temos uma direita que usa a máscara de esquerda e se apresenta como legítima defensora do socialismo quando, na verdade, cumpriu e cumpre uma política de sustentação desse sistema socioeconômico vigente, restringindo-se ao exacerbado antiamericanismo, como fazem os fascistas islâmicos. 

A direita explícita joga o seu papel conservador às claras. Defende a perpetuação do capitalismo. Enquanto isso, a direita travestida de esquerda, como sua linha auxiliar, tem o mesmo propósito, embora pareça diferente por conta da máscara que ostenta e o carimbo que usa, indevidamente, de “marxista-leninista”.

Não fosse a perfeita combinação dessas duas forças políticas, como poderíamos explicar a sobrevivência de um capitalismo exaurido, que nos fornece, a cada dia, espetáculos bárbaros, enquanto destrói o meio ambiente, inviabilizando a vida?

Desde que o capitalismo entrou para a sua fase imperialista, já iniciou o seu processo de esgotamento. Diante disso é que se pode dizer ter chegado a hora do socialismo. Mas a conquista de uma nova ordem econômica e social e o sepultamento da velha ordem requer um confronto político entre a revolução e a contrarrevolução. Foi nesse embate que se deu a grande tragédia. A Segunda Internacional capitulou para se assumir social-patriota, embora mantendo o rótulo de marxista. A Revolução Russa trouxe esperanças de reversão do quadro político; porém, depois do primeiro momento de vitória, eis que, na URSS, triunfou a contrarrevolução e, sob o seu patrocínio, nasceu a “esquerda” direitosa, que soube usar a máquina da Terceira Internacional como eficaz multinacional da contrarrevolução.

Cabe deixar claro que esses fatos criaram uma legião de seguidores de boa-fé que serviam à “causa” sem perceber a grande fraude que era o chamado “mundo socialista”. Os mesmos beatos acríticos, vamos encontrá-los em tantos outros credos. Exemplo gritante é o fascismo fundamentalista islâmico, que produz os seus mártires cuja expressão maior é o homem-bomba, convicto de que está servindo à “causa”, servindo a Alá.

            A boa-fé que encontramos em todos os aglomerados políticos ou religiosos não isenta seus participantes da condição de protagonistas desavisados de graves ou gravíssimos equívocos.

                                                                                                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário