segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Derrotar o PT



Derrotar o PT

Falso, completamente falso, é pretender que exista, no Brasil, uma disputa entre dois projetos. Um deles seria de direita, pretensamente neoliberal, representado por figuras como FHC e José Serra. O outro projeto, esse de “esquerda”, de caráter nacional-desenvolvimentista, seria levado a cabo por políticos da estatura de Lula da Silva, do presidiário José Dirceu, de Sarney, Barbalho, Renan Calheiros, Maluf, Collor, Michel Temer, e outras figuras carimbadas do fisiologismo e da corrupção.

Como devemos observar, o PT construiu uma “esquerda” muito estranha. Para a causa socialista é impossível calcular os males provocados pelos governos petistas. Dentre eles, destaca-se o hediondo crime de ter transformado os sindicatos em antros burocráticos, cuja expressão mais grave está na existência de centrais sindicais completamente corrompidas. O engessamento e a corrupção, entretanto, não se restringiram às centrais sindicais; eles se fazem presentes nas centrais estudantis, cabendo destaque a UNE e a UBES, controladas pelo PC do B que, de sociais-patriotas transformaram-se em agremiações fisiológicas, sob o manto do “marxismo-leninismo”.

Derrotar o PT não implica em viabilizar alguma mudança de qualidade, mas contribui para desfazer a fraude e pôr abaixo essa mentira do embate entre dois presumidos projetos. Põe-se por terra essa criação artificial de uma dualidade que, na essência, não existe, pois a verdade é que ambas as forças, PSDB e PT, são versões direitistas.

Derrotar o PT é o caminho para se colocar um ponto final no populismo apoiado na presunção de uma “opção pelos pobres”, ensejando que possa renascer um sindicalismo de natureza revolucionária, um sindicalismo que ultrapasse os limites do trabalhismo e deságue no anticapitalismo. 

Por muitos anos, universalmente vivemos o engodo dos dois mundos. Dizia-se que existiam, em franca coexistência, um mundo capitalista decadente e um mundo socialista ascendente, onde corria leite e mel. Essa mentira tornou-se amplamente pública com a queda do Muro de Berlim e a verdade é que nunca existiram esses dois mundos e, prova disto, está na inconteste hegemonia política do capitalismo e na ausência de qualquer movimento socialista de expressão.

Não serão as lendas, as fantasias, as mentiras que irão nos levar à necessária transformação da sociedade. Só a verdade é revolucionária, mesmo que ela seja amarga e dura.

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