É
lamentável!
Dizer que é lamentável o nível de rebaixamento teórico a
que chegou o “marxismo-leninismo” e seu irmão siamês, o
“marxismo-leninismo-trotskismo”, é dizer muito pouco, pois, na verdade, a
indigência teórica atingiu um nível trágico.
O candidato a Presidente da República pelo PSTU, o
camarada José Maria, afirma que, uma das medidas de um possível governo de seu
partido, seria a reestatização de todas as empresas privatizadas. O camarada,
dirigente maior do PSTU, partido “marxista-leninista-trotskista”, cai na
armadilha da pretendida contradição entre o público e o privado.
O
atraso imposto pela contrarrevolução leva a que se pretenda o Estado como órgão
público, patrimônio do povo, isso é um demasiado engano.
Há
muito, a literatura socialista revolucionária desvendou o caráter de classe do
Estado. A diferença entre uma empresa estatal e uma empresa privada é de
caráter puramente formal, pois, substancialmente, qualitativamente, ambas as
formas de propriedade se enquadram no capitalismo, dele não se distanciando uma
vírgula sequer.
Não
é sem razão que o capitalismo, vivenciando seguidas e profundas crises
financeiras, se mantém de pé. A força política desse sistema advém do fato de
que a contrarrevolução vitoriosa tenha produzido uma direita travestida de
esquerda, ostentando os rótulos do “marxismo-leninismo” ou do
“marxismo-leninismo-trotskismo”, que tiveram e têm ainda o triste papel de
revogar os princípios fundamentais do socialismo revolucionário. Prova disso é o
estatismo dessa esquerda direitosa.
Além da revogação do princípio da luta de classes, para dar lugar a uma
presumida contradição central entre nação opressora versus nação oprimida, deu-se,
como resultado final, um antiamericanismo vesgo, estapafúrdio.
A
derrota do socialismo nos trouxe o desolador quadro político atual, de completa
hegemonia política do imperialismo, ao lado da mais contundente barbárie
expressa pelo fascismo fundamentalista islâmico, enquanto registra-se a ausência
quase absoluta do socialismo revolucionário que, quando muito, sobrevive em
guetos.
Urge,
pois, quebrar o isolamento, derrotar a esquerda direitosa e restabelecer os
princípios revolucionários através de outra esquerda.
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