sexta-feira, 12 de setembro de 2014

É lamentável!



É lamentável!

            Dizer que é lamentável o nível de rebaixamento teórico a que chegou o “marxismo-leninismo” e seu irmão siamês, o “marxismo-leninismo-trotskismo”, é dizer muito pouco, pois, na verdade, a indigência teórica atingiu um nível trágico.

            O candidato a Presidente da República pelo PSTU, o camarada José Maria, afirma que, uma das medidas de um possível governo de seu partido, seria a reestatização de todas as empresas privatizadas. O camarada, dirigente maior do PSTU, partido “marxista-leninista-trotskista”, cai na armadilha da pretendida contradição entre o público e o privado. 

O atraso imposto pela contrarrevolução leva a que se pretenda o Estado como órgão público, patrimônio do povo, isso é um demasiado engano. 

Há muito, a literatura socialista revolucionária desvendou o caráter de classe do Estado. A diferença entre uma empresa estatal e uma empresa privada é de caráter puramente formal, pois, substancialmente, qualitativamente, ambas as formas de propriedade se enquadram no capitalismo, dele não se distanciando uma vírgula sequer. 

Não é sem razão que o capitalismo, vivenciando seguidas e profundas crises financeiras, se mantém de pé. A força política desse sistema advém do fato de que a contrarrevolução vitoriosa tenha produzido uma direita travestida de esquerda, ostentando os rótulos do “marxismo-leninismo” ou do “marxismo-leninismo-trotskismo”, que tiveram e têm ainda o triste papel de revogar os princípios fundamentais do socialismo revolucionário. Prova disso é o estatismo dessa esquerda direitosa. Além da revogação do princípio da luta de classes, para dar lugar a uma presumida contradição central entre nação opressora versus nação oprimida, deu-se, como resultado final, um antiamericanismo vesgo, estapafúrdio.

A derrota do socialismo nos trouxe o desolador quadro político atual, de completa hegemonia política do imperialismo, ao lado da mais contundente barbárie expressa pelo fascismo fundamentalista islâmico, enquanto registra-se a ausência quase absoluta do socialismo revolucionário que, quando muito, sobrevive em guetos. 

Urge, pois, quebrar o isolamento, derrotar a esquerda direitosa e restabelecer os princípios revolucionários através de outra esquerda.


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