sexta-feira, 5 de setembro de 2014

“Inimigos do Povo”



“Inimigos do Povo”

Quem conhece a verdadeira história da Revolução Russa, de 1917, vai se dar conta de uma realidade assustadora. Afastada a cortina de fumaça, desfeitas as lendas, desconstruídas as fraudes, vamos nos dar conta de fatos que trouxeram graves consequências para a humanidade.

Para início, vamos nos inteirar de que a chamada Revolução de Outubro não foi uma insurreição das massas trabalhadoras, como fora a de fevereiro, senão um ardiloso golpe de força que permitiu o triunfo dos bolcheviques no seu intento de conquistar o poder político e, através dele, procurar alavancar o projeto socialista. Após o ato de força efetivado, sem a participação das massas trabalhadoras, buscou-se a sua legitimação no II Congresso Pan-Russo dos sovietes.

Concretizada a vitória bolchevique, mesmo sob a discordância ativa de setores valorosos do movimento socialista, eles assumiram o controle do novo Estado, sob a denominação de Estado soviético, quando, na verdade, tratava-se de um instrumento político controlado por um único partido. Autoproclamaram de “o povo” e todos os oponentes, mesmo socialistas, passaram a ser acusados de “inimigos do povo”.

A revolução socialista foi derrotada, mas os bolcheviques não reconheceram esse fato, preferindo esperar por uma reversão do quadro de derrota, o que não ocorreu. Pelo contrário, triunfou a contrarrevolução e se impôs a tarefa de construir o capitalismo de Estado. Para tanto, fazia-se necessária a aplicação de uma política totalitária, cujas premissas eram o discurso único, o partido único, a supressão dos debates e a organização de uma polícia política. Essas medidas já haviam sido tomadas “transitoriamente” por iniciativa dos bolcheviques.

Pouco importa as boas intenções; o fato é que a contrarrevolução lançou mão dessas medidas coercitivas para viabilizar, na URSS, um tipo singular de capitalismo, quando o monopólio dos meios de produção, ao invés de estar em mãos da burguesia, passam a estar sob o monopólio do Estado, controlado por uma casta burocrática. 

Os oponentes ao processo contrarrevolucionário eram apresentados como “inimigos do povo”, cabendo destacar que, os elementos mais representativos do próprio bolchevismo, foram, posteriormente, vítimas dessa manobra descabida. Caluniar, perseguir, prender, torturar, executar os dissidentes, era a tarefa que se impunha para combater “os inimigos do povo” e, dessa forma, não escaparam os mais destacados dirigentes, nem sequer o próprio Leon Trotsky, um dos grandes patronos da implantação dessa política de perseguição e calúnia aos que divergiam.

Depois de ter abatido milhares de militantes revolucionários, em um segundo momento, prosseguiu-se com essa prática, apontando os dissidentes como agentes da CIA. e, dessa forma, legitimando os crimes da contrarrevolução, levados a cabo sob o rótulo do “marxismo-leninismo”.



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