quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pobre e Rico



Pobre e Rico

A rigor, ninguém é pobre por livre escolha e, sim, por decorrência das circunstâncias. Os exemplos de pessoas que optaram em se desfazer de qualquer riqueza, como é ilustrativo o exemplo de São Francisco de Assis, é uma raridade, quando não uma atitude falsa, hipócrita, como é a chamada Ordem Franciscana que, na verdade, nada tem realmente em comum com as postulações de renúncia de São Francisco. 

Em cada pessoa pobre reside um burguês nos seus desejos e nas suas pretensões. Basta que se veja as casas lotéricas dos subúrbios, vilas e aldeias, que se enchem de pessoas pobres, buscando o caminho da fortuna. Enquanto isso, é comum se ver, em pessoas humildes, a imitação caricata dos ricos, buscando consumir o luxo e ostentá-lo. 

Com muita sapiência, o carnavalesco Joãozinho Trinta afirmou que: “Quem gosta da pobreza são os intelectuais; os pobres gostam do luxo”. Os carentes, que se tornam ricos, os chamados novos ricos, têm, regra geral, um comportamento lastimável, que vai desde a exibição à arrogância. Dessa forma, não podemos ver a pobreza como algo meritório, e devemos repelir aqueles que imaginam que a nobreza só pode ser encontrada entre os despossuídos, pois isso é um crasso erro. 

Para bem além do erro conceitual, algumas pessoas chegam ao cúmulo de portar-se como pobres, despojadas de qualquer vaidade ou ostentação. Assim, elas deixam de consumir o “luxo” para exibir uma falsa pobreza, e isso em nada contribui para que a questão da contradição ricos e pobres seja resolvida, pois trata-se de uma questão estrutural, e o nosso objetivo, como socialistas revolucionários, deve ser o de desconstruir a estrutura capitalista, que tão perversamente impõe uma sociedade profundamente desigual e injusta.

O nosso objetivo, portanto, não é acalentar ou administrar a pobreza por via de medidas caridosas. O nosso propósito deve ser o de erradicar a pobreza, construindo uma nova ordem econômica e social onde prevaleça, harmonicamente, a convivência entre as diferenças individuais sem que exista, de nenhuma forma, discriminação de gênero, raças, e, sobretudo, de classes e camadas sociais.


                                                                




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