quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Salve-se quem puder!




                  

Salve-se quem puder!

O capitalismo, em franca fase de exaustão tem, para a sociedade, um único discurso: “Salve-se quem puder!”. Uma parcela mínima da população busca, nas academias e nas escolas profissionalizantes, a sua salvação, qualificando-se para o competitivo mercado de trabalho.

Vultosa parcela de pessoas, diante do seu desespero, busca fuga nas igrejas, lotando templos, como é exemplo patente a Igreja Universal, assim como o movimento Haleluia que, dessa forma, expressam o nosso momento de aguda dificuldade da vida.

Para outros resta, como salvação, ser aprovado em concursos públicos, de caráter oficial ou oficioso, garantindo-lhes, assim, um emprego presumidamente seguro. Enquanto isso, os desprotegidos pelo destino mergulham nas drogas lícitas, como o álcool, ou nas drogas ilícitas, como a maconha, a cocaína, as drogas sintéticas ou o devastador crack.

Nesse dantesco quadro de agonia social, ainda existem aqueles que se refugiam na depressão ou mergulham na total insanidade. Por fim, coloca-se como saída para o quadro de desajuste social, o banditismo que reina em todos os quadrantes da nossa “Pátria amada idolatrada”.

Esses são os caminhos postos por um sistema socioeconômico agonizante. Mas, qual o discurso que nos oferece o pretenso movimento de esquerda? Qual esperança esse movimento nos traz? Onde ele se apresenta como alternativa para salvação da humanidade, que está sendo celeremente arrastada para a tragédia total?

       É inequívoco o fato de que o capitalismo vivencia sucessivas crises de natureza financeira, econômica e social, produzindo, em grande escala, patologias que vão desde os dependentes de drogas, como a crescente prática da pedofilia e outros desajustes comportamentais, expressos também em violências insanas como os episódios de atiradores que, sem nenhuma causa aparente, sacrificam vidas inocentes. Mas a triste verdade é que, bem maior do que a crise do capitalismo exangue é a crise do socialismo que ficou reduzido a pequenos guetos.

A “esquerda” stalinista sucumbiu e nos deixou uma questão que exige resposta imediata: Será que haverá tempo histórico para reconstrução da esquerda revolucionária depois de noventa anos de hegemonia contrarrevolucionária, levada a cabo pela direita explícita ou pela direita “marxista–leninista”?

Eis a questão que hoje nos impõe a história e, diante dela, devemos ter claro que nos salvamos todos ou não se salvará ninguém.





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