quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ação Social e Socialismo



Ação Social e Socialismo

Há uma confusão reinante, que atinge setores da “esquerda”, em confundir ações sociais como se fossem ações socialistas. Não percebem esses senhores de “esquerda”; deles até existem os que se proclamam “marxistas-leninistas” ou mesmo “marxistas-leninistas-trotskistas”, que a política de promoção calcada em ações sociais foi assumida pela burguesia internacional, particularmente nos países da Europa Ocidental, como forma de conter um possível avanço do projeto socialista.

Assim é que os senhores do capital implementaram uma política que entrou para a História como sendo a criação de Estados de “bem estar social”. Na vanguarda desses estados capitalistas, estavam os chamados países nórdicos e neles existiam e sobrevivem políticas assistencialistas, tão “avançadas” que chegavam a se colocar como uma via para um presumido socialismo democrático. Na verdade, esses países apresentavam um nível de bem estar e segurança social muito acima dos padrões, nos indevidamente chamados países socialistas. Mas, não foi somente nos países nórdicos que se fez presente o maior assistencialismo nos limites do capitalismo. Em países como Alemanha, França, Bélgica, Áustria..., observava-se a existência de políticas semelhantes, com mais ou menos graus. 

Esse perfil avançado de política social, vamos encontrar também nos EUA, no Canadá e no Japão, para citarmos alguns poucos exemplos. Ora, essa manobra de levar avante políticas assistencialistas, para garantir o apoio das massas populares ao sistema capitalista, teve pleno sucesso e, não é de bom alvitre que, partidos e militantes supostamente socialistas, acenem para o povo com promessas de ações sociais, cujo resultado final é, sem dúvida, o fortalecimento do próprio capitalismo, pois essa conduta dá margem a que se imagine ser possível, no âmbito desse sistema, se promover a emancipação da humanidade dos grilhões da espoliação em que vive. Vale, pois, nos desfazermos desses equívocos e pararmos de confundir ação social com o projeto emancipador de que o socialismo é instrumento. O fundamental não é administrar a pobreza e a miséria e, sim, erradicá-las.


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