quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Bolsa Família




Em torno do Bolsa Família, precisamos fazer uma discussão abalizada. Há os que dizem que não passa, apenas, de uma política compensatória diante do quadro de miséria existente, numa grande faixa da população brasileira. Outros se dão conta que se tenta praticar uma política de “miséria assistida”. E há os que defendem a tese de se tratar de uma arma política. E ainda existem os que afirmam: Bolsa Família é, simultaneamente, ação social e arma política, sendo assim reverte-se em favor da sustentação da ordem socioeconômica vigente. Ela é despida de qualquer caráter de avanço, como afirmam alguns desavisados.

Temos insistido em lembrar, aos presumidos militantes socialistas, que, ação social, nada tem a ver com o socialismo. Quem mais praticou uma grande gama de ações sociais foram os países da Europa ocidental, através do Estado de Bem Estar Social como forma de proteger-se contra um possível avanço do comunismo.

Os países nórdicos, essencialmente capitalistas, levam as ações sociais muito avante na perspectiva de manter esse sistema. Não é propósito do projeto e da política socialista mitigar os sofrimentos, tornando a miséria e a pobreza mais toleráveis. Quem tem essa política de socorrer a pobreza e a miséria é o cristianismo que, há mais de dois mil anos, leva avante políticas de mitigação do sofrimento de parcelas da humanidade. “Quem dá aos pobres empresta a Deus”, e outros afins são lemas cristãos. De boa fé, eles acham que suas atitudes assistenciais é uma forma de lhes garantir um lugar no paraíso. Exemplos expressivos dessas postura são: Irmã Dulce, da Bahia, e a Madre Tereza de Calcutá, ambas cotadas para se tornarem santas.

Diferentemente dessa posição, cabe aos verdadeiros socialistas, lutar pela erradicação da pobreza e da miséria, lutar pela igualdade social e pelo respeito à individualidade.

Feitas essas observações, nos pronunciamos contra os discursos que vêem no Bolsa Família, um avanço. Trata-se de uma ação social, mas é, antes de tudo, uma arma política apontada contra os que pretendem a superação do capitalismo, os que pretendem a eliminação completa e absoluta da causa que produz gritantes e cruéis diferenças sociais.

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