sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Aos de boa fé


Os trabalhadores de todo o planeta têm dois objetivos. O primeiro é a conquista de melhores salários e condições de trabalho. Tratam-se de interesses imediatos de natureza reformista, isto é, medidas que alteram a forma sem alterar a essência da vida. O seu segundo objetivo, se volta para o conteúdo. No capitalismo o conteúdo está definido pelas relações e objetivos de duas classes: a burguesia e os trabalhadores. A burguesia têm o proposito de obter lucro, mesmo que para isso, haja de destruir a natureza, ceifar vidas, produzir mazelas sociais. Os trabalhadores vivem de vender a sua força de trabalho em troca de salários.
Essa realidade leva a que a burguesia procure manter o capitalismo. Aos trabalhadores cabe a tarefa de romper com essa ordem econômica e social e se libertar dela construindo um mundo onde não haja a exploração do homem pelo homem. Em geral, os trabalhadores, por falta de informações, se prendem somente aos interesses imediatos e não se dão conta de que no capitalismo não existem, para eles, ganhos definitivos. O que lhe é dado hoje é tomado amanhã.
Um partido que represente os interesses históricos das classes trabalhadoras teria, como missão principal, levar a essa classe os esclarecimentos necessários para que ela dê um salto de qualidade evoluindo do reformismo, para o socialismo. No Brasil, temos um partido que, nascido das lutas sindicais, se autoproclamou partido dos trabalhadores, porém, o que temos visto é a sua busca em cumprir a tarefa de gerenciar o capitalismo, permitindo e praticando toda sorte de ilícitos, de má conduta.
Passada as eleições de 2014, o PT se volta para formação de seu “novo” governo. O ponto nevrálgico é a escolha da equipe econômica. E onde o PT vai buscar nomes? Nas centrais sindicais? Nas suas bases partidárias? Não! O PT se volta para os grandes capitalistas, a quem cabe a missão real de escolher aqueles que vão comandar os seus interesses.
Não existe, pois, o Partido dos Trabalhadores. Existe uma agremiação que, em troca de vantagens, se presta a segurar as massas trabalhadoras, congelando os seus sindicatos e suas centrais, para garantir paz aos senhores. Isso é preciso ser dito. Não é tarefa de um partido de trabalhadores servir ao capitalismo. Pelo contrário, ele teria que ser, claramente, anticapitalista, para merecer esse nome.

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