sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Evo e o FMI


A esquerda, de matriz stalinista, faliu completamente. Tenta sobreviver de migalhas. Acalenta a perspectiva de um socialismo muito singular, para não dizer estranho. Trata-se do “socialismo constitucional”, levado a cabo por Hugo Chaves na Venezuela, Rafael Correa do Equador, Mujica no Uruguai que procedeu ao ato “revolucionário” de legalizar o uso da maconha e, com destaque, o líder sindical Evo Morales.
Esse socialismo não tem por inimigo o capitalismo; reduz tudo a uma posição intransigente e raivosa ao imperialismo ianque. Por sua vez, todos eles mantiveram incólume o aparelho de Estado burguês e se regem pelas regras e princípios do mercado capitalista.
Evo Morales tem merecido, dessa esquerda, todos os louvores, afinal, em se tratando da miséria, não necessitamos erradicá-la, basta administrá-la com políticas compensatórias, como se faz aqui no Brasil. Por seu turno Evo Morales, consegue obter não só os louvores das esquerdas de matriz stalinista como também os louvores do Fundo Monetário Internacional – FMI, afinal ele cumpriu todos os preceitos ditados por eles.
Para nós, é impossível perceber o socialismo nesses moldes. Um socialismo contido nos marcos do capitalismo, que alimenta tão somente, uma renhida arenga com o “Império do Norte”. A nosso ver, ou a boa fé de muitos é dotada de extrema ingenuidade, ou a má fé dos que em nome do marxismo-leninismo há muito deram as costas ao socialismo revolucionário para mergulhar nesses contorcionismos e atos de magia que têm a proeza de inventar socialismos onde nunca existiram e nem existem.

Tais fatos, para tristeza nossa, só servem para expressar o grau de derrota que o verdadeiro movimento socialista atingiu. Cremos de nosso dever, não compactuar com desvios e distorções que são praticados, diuturnamente, ontem e hoje, em nome do marxismo, acoplado a denominações outras como: stalinismo ortodoxo, kruschevismo, maoísmo, fidelismo e mesmo o trotskysmo preso às resoluções do X congresso do PC russo e às formulações teóricas equivocadas. Sustentamos a esperança de que, sobre o reino da confusão, possa florescer a lucidez política e sobre ela, possamos edificar uma outra esquerda, essa sim, de caráter revolucionário.

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