O movimento socialista chegou ao fundo do
poço. Nunca dantes o capitalismo havia conquistado tanta força política. No
Brasil, tivemos uma demonstração estarrecedora dessa força. Nas eleições de
2014, o país dividiu-se em dois blocos que se propunham a gerenciar o sistema
socioeconômico vigente, defendendo propostas semelhantes, senão iguais.
Cinquenta milhões de eleitores votaram em um dos blocos e, quase outro tanto,
no outro bloco. Este fato demonstrou a total hegemonia da direita. O
anticapitalismo ficou reduzido a uma ínfima votação.
Dizia-se que existia a disputa de dois
projetos. Um de direita, representado por Alckmin, Aécio, Serra, Tasso, FHC...
o outro seria de esquerda, e em torno
dele estariam Lula, Dilma, o presidiário Zé Dirceu, Sarney, Barbalho,
Calheiros, Collor, Maluf... Logo que se elegeu, Dilma passou a montar o seu
governo de “esquerda” convocando quadros da confiança do grande capital para compor a equipe econômica, e Kátia Abreu foi
chamada para assumir o Ministério da Agricultura.
Essa realidade gera grave preocupação. Os trabalhadores
ficaram na orfandade política. A crise social aumenta e parte da juventude que
busca nas academias de ensino a porta da “salvação”. Outra parte, sem perspectiva,
se lança ao uso das drogas. Enquanto isso, o desespero, a desesperança no mundo
dos homens, empurram largos contingentes para o fundamentalismo religioso. A
depressão emocional tornou-se vultosa. Essas ocorrências decorrem da exaustão
do capitalismo e da crise do movimento socialista. Aos socialistas revolucionários
só resta um caminho. Sabedores de que só a força do povo poderá superar o
capitalismo, sua maior tarefa deverá ser centrada em um trabalho cujo principio
seja: conscientizar é preciso.
Em favor do projeto socialista, estão as condições
objetivas que revelam a existência de uma classe, a burguesia, movida pela
busca do lucro e, de outro lado, os trabalhadores, os deserdados, que amargam a
dura vida que lhes reserva o capitalismo. As condições precárias de vida da
maioria, sejam na moradia, na mobilidade, na segurança, na saúde, na educação,
haverá de empurrar para as ruas as massas populares. A questão é saber se o
povo irá às ruas, consciente de que o inimigo é o capitalismo. A falta desse saber
pode proporcionar a emergência da direita fascista, como já dá sinais de
desabrochar, quando despontam grupos clamando pela volta dos militares ao
governo.
O perigo fascista só será evitado com um
vigoroso trabalho de conscientização política das massas. Este deve ser o
balizador de nossa militância, ao invés de gastar nossas energias com as eternas
disputas entre grupos em torno de questões menores. Conscientizar é preciso, repetimos, e para isso não deveremos
poupar esforços.
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